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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Nosso próximo lançamento, uma Kölsch turbinada

 
Uma das nossas primeiras cervejas foi a Bamberg Altbier, tradicional estilo de Dusseldorf, logo em seguida comecei a fazer a Bamberg Kölsch, de Colônia e rival das Altbier, a rivalidade é tão grande que é impossível alguma cervejaria de Dusseldorf fazer Kölsch e vice-versa, com certeza a Bamberg é uma das poucas cervejarias no mundo que produz ambos estilos dentro da mesma cervejaria.
Em 2012 lançamos nossa cerveja sazonal a Bamberg CaoS, que é do estilo Doppelsticke, raríssimo de encontrar, é uma espécie de Altbier mais potente em álcool e lúpulo.
Em um dos vários momentos de degustação da Bamberg Caos, eis que Janaina solta a frase: Por que até hoje ninguém produziu o equivalente da Doppelsticke para o estilo Kölsch?
Na hora eu me dei conta que seria uma grande sacada, que até agora, pelo que eu pesquisei, ninguém fez esta “provocação”, pois duas cidades com tanta rivalidade, como Colônia e Dusseldorf, tantas histórias entre Altbier e Kölsch, como os cervejeiros de Côlonia deixaram passar desbercebido isso?

Foi então que comecei a pensar sobre a minha Kölsch mais potente, não saberia dizer qual nome seria adequado para o estilo, mas o foco da receita era fazer uma Ale, clara e com 8,0% de álcool, meu medo era de aparecer muito o calor do álcool, coisa que eu particularmente, vejo isso como um erro de processo.
Depois de alguns meses pensando na receita, arrisquei colocar em prática, fermento de Kölsch, só maltes claros, três lúpulos diferentes e uma grande atenuação para que a cerveja fique refrescante, se é que é possível uma cerveja com 8,0 de álcool ficar refrescante.
Neste momento a cerveja esta maturando e lançaremos em março, mais uma vez a Bamberg trás para o Brasil um estilo de cerveja inédito, e ainda, está não é a primeira vez que fazemos uma cerveja que não se enquadra em estilo nenhum, quem sabe no futuro estas cervejas serão novos estilos.
No próximo post falarei sobre o rotulo, nome da cerveja e análise sensorial.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Altbier X Kölsch


A escola alemã cervejeira é conhecida por lagers, cervejas de baixa fermentação, porém, temos fantásticas Ale nesta escola, cervejas de alta fermentação bastante singulares, duas delas são Altbier e Kölsch.

Nas cidades de Dusseldorf e Colônia (Köln), no centro oeste da Alemanha, elas mantêm a tradição de fazer cervejas de alta fermentação, hoje, ambas são grandes cidades, mas a primeira a se destacar com a cerveja foi Colônia, a muitos séculos atrás, nesta época Dusseldorf pertencia a Colônia, mas ela foi ganhando força política e financeira e transformou-se em cidade. Ambas são banhadas pelo Rio Reno.

Piada que o pessoal de Dusseldorf faz.

Em Colônia a cerveja é de alta fermentação, leve, com uma lupulagem marcante mas não exagerada, fácil de beber e normalmente leva até 10% de malte de trigo na formulação, fazendo com que a espuma seja muito persistente, esta cerveja é a Kölsch, é uma palavra que designa o que é de Köln. Esta cerveja tem denominação de origem protegida e apenas os produtores que pertencem a cidade pode chamar sua cerveja de Kölsch.

A 50 km de distância temos a cidade de Dusseldorf, também banhada pelo Rio Reno, onde a cerveja é de alta fermentação, vermelha, com alta lupulagem, final seco, pode conter até 10% de malte de trigo na fórmula, mas isso não é comum, esta é a Altbier, que significa cerveja velha, no sentido de antiga, pois ela é fabricada no método antigo de alta fermentação.

Fora de Dusseldorf, mas ainda na região do Rio Reno, a Altbier muda um pouco, a lupulagem diminui e o malte aparece mais que as da cidade, por isso não tendo um final tão seco.

A Altbier quase desapareceu do mundo no passado recente, com febre das lagers claras seu consumo caiu muito e as cervejarias ficaram em situação difíceis, mas sorte nossa eles mantiveram esta tradição e hoje eles estão retomando aos pouco seu lugar de direito. Fora de Dusseldorf existem pouquíssimas microcervejarias espalhadas pelo mundo produzindo Altbier, aqui no Brasil apenas a Bamberg e a Abadessa produzem este estilo.

Eu particularmente, me empolgo muito em produzir esta cerveja, pois a história dela é fantástica e através da cerveja podemos contar isso a quem bebe. A Bamberg Altbier é uma cerveja sazonal, mas tentarei deixa-la em linha este ano, esta semana esta chegando no mercado a Bamberg Altbier 2011.

Abaixo segue a minha avaliação sensorial da cerveja.

Bamberg Altbier 2011

Visual: Cerveja vermelha, cristalina, com espuma consistente;

Aroma: O lúpulo aparece floral, cítrico e herbal, mas também percebemos o malte, com biscoito, caramelo, cereal e o fermento de forma sutil com o frutado, frutas vermelhas, pitanga;

Sabor: O primeiro gosto que vem é o amargo do lúpulo, quando o “doce” do malte e o frutado do fermento tentam equilibrar, aparece novamente o amargor do lúpulo finalizando seco;

Sensação na boca: Final seco, carbonatação média-baixa, leve adstringência, bem refrescante.

Comentário geral: Tentei reproduzir o máximo possível as Altbier de Dusseldorf, pra isso trouxemos uma cepa especial de fermento originária desta cidade, o malte vem da cidade de Bamberg e os 3 lúpulos da Bavária, a cerveja deve ser bebida entre 5ºC a 8ºC, ela harmoniza com pratos apimentados, por exemplo, culinária mexicana, indiana; pratos gordurosos, como feijoada, mas também churrasco, carnes em geral.

A Altbier 2011 será vendida em garrafa de 355mL, 600mL e chope, o preço é o mesmo da Rauch, Schwarz, Munchen, Helles e Weizen.