Uma das confusões mais freqüente sobre estilo de cerveja é quanto a bock, normalmente nossos clientes perguntam pra mim se a Bamberg München é uma Bock, não é, e pra quem estuda cerveja sabe que a diferença entre uma Dunkel, que é o caso dela, e uma Bock é grande, mas devemos lembrar que cada vez mais a cerveja boa esta alcançando os consumidores de cerveja leigo.
O estilo Bock esta relacionado com o extrato primitivo acima de 16,0ºP, como este extrato esta diretamente relacionado com o teor alcoólico, podemos dizer, a grosso modo, que a Bock esta ligada com a quantidade de álcool na cerveja, não com sua cor, normalmente elas possuem mais de 6,0% em álcool. Podendo ser escura, clara, de trigo, ou até mesmo preta, esta mais rara.
Nos primeiros anos da Bamberg nós fizemos a Bock tradicional, marrom, com 6,5% de álcool, no ano passado e neste ano fiz uma Doppelbock. O prefixo Doppel, significa “dobro”, normalmente as Doppelbocks possuem teor alcoólico acima de 8,0%, um outro exemplo é a St Michael, ela tem como cerveja base uma Doppelweizenbock, ou seja, uma cerveja de trigo com teor alcoólico alto e escura.
Temos ainda bock clara, que são as Maibock, cerveja tradicionalmente bebida no mês de maio na Alemanha.
Nosso tanque de Bamberg Doppelbock foi aberto semana passada e acabou em 2 dias, tava tudo encomendado, 90% dele foi vendido em barris, posso dizer que foi a melhor cerveja bock que já fiz, ficou do jeito que eu imaginava, abaixo descrevo uma analise sensorial dela.
Visual: Marrom escuro, leve turbidez, pois não foi filtrada, espuma muito consistente;
Aroma: Domínio do malte, açúcar queimada, caramelo, biscoito, toffee, fruta passa, frutas vermelhas;
Sabor: Mais uma vez o malte domina o sabor com açúcar queimado, caramelo, toffee, frutas secas, no final percebe-se o amargo do lúpulo equilibrando a doçura do malte.
Sensação na boca: encorpada, carbonatação média, apesar dos 8,0% de álcool ele é sutil e perigoso.
Impressão geral: cerveja de baixa fermentação, 8,0% de álcool, com domínio do malte e o lúpulo agindo para equilibrar a doçura do malte.
Temperatura de serviço: 10,0ºC
Harmoniza com pratos gordurosos, apimentados, comida mexicana, comida mineira, feijoada, queijos maturados e duro.
Bom, pra quem conseguiu experimentar a Bamberg Doppelbock 2011 espero que tenha gostado.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Família Bock
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Alexandre Bazzo
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sábado, 21 de maio de 2011
Australian International Beer Awards 2011
Ontem, sexta-feira, 20 de maio de 2011, foi mais um dia histórico pra Bamberg e pra cerveja brasileira, ganhamos 5 medalhas de bronze no Australian International Beer Awards, foram mais de 1100 cervejas de 33 países participando da competição. Nossas cervejas que ganharam foram:
Bamberg Altbier – Bronze – Categoria: Dark Ale;
Bamberg München – Bronze – Categoria: Dark Lager;
Bamberg Schwarzbier – Bronze – Categoria: Dark Lager;
Bamberg Rauchbier – Bronze – Categoria: Smoked Beer;
Bamberg St Michael – Bronze – Categoria: Wood Aged Beer;
Fico muito feliz em ver nosso crescimento em relação ao ano passado, onde nesta mesma competição ganhamos 3 medalhas, melhor ainda, a maioria destas cervejas que enviei eu tive que comprar em pontos de vendas que revendem nossas cervejas, pois não tinha em estoque.
Foi uma semana histórica, ganhamos 4 pratas no South América beer cup, fomos eleitos a melhor cervejaria da América do Sul de 2011, e agora estas 5 medalhas de bronze.
O segredo pra conquistar tudo isso chama-se: Janaina, Luciana, Camila, Alberto, Fábio, Marcos, Alex, Reinaldo, Evaldo e Ede, obrigado a eles que me ajudam a fazer a Bamberg.
Mas se eles pensam que agora é só comemorar estão enganados, a cobrança aumentará, pois nossa responsabilidade aumenta, e agora viciei em ganhar prêmios, quero mais.
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Alexandre Bazzo
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segunda-feira, 16 de maio de 2011
South Beer Cup 2011
É com muita alegria que compartilho mais esta enxurrada de prêmios que ganhamos neste final de semana passado.
Parabéns ao Centro de Cata Cervecera pela excelente organização.
Aconteceu em Buenos Aires, Argentina, a I South América Beer Cup, foram 300 cervejas de 80 cervejarias da América do Sul, um evento fantástico em prol da cultura cervejeira.
Ganhamos 4 medalhas de prata, Bamberg Rauchbier, Bamberg Schwarzbier, Bamberg, Helles e Bamberg Munich.
Mas o que foi muito especial foi que a Bamberg foi eleita a cervejaria do ano da América do Sul, sou eu quem estou representando a Bamberg nestes eventos, mas se não fosse as pessoas que me ajudam aqui na Bamberg nós nunca ganharíamos nada, nossas cervejas tem algo a mais porque as pessoas que trabalham aqui são especiais.
Mas chega de comemorar, este negócio de ganhar prêmios é bom, então vamos trabalhar pra vir o próximo o mais rápido possível.
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Alexandre Bazzo
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segunda-feira, 9 de maio de 2011
Escola Cervejeira.
Como podemos definir o que é uma escola cervejeira?
Bom, a meu modo de ver, entendo que podemos considerar a Alemanha, Inglaterra e Bélgica como escolas cervejeiras. São países que nos mostraram metodologias diferentes de produzir cerveja, tanto no processo de produção, bem como nos ingredientes utilizados, mudaram a cerveja, ou trouxeram algo de novo para o mercado, mudando até a cultura local, fazendo ainda, até que outros países começassem a copiá-los, determinando novos estilos de cerveja. Vamos olhar mais de perto as escolas cervejeiras.
Na Alemanha, desde antes de saber que o fermento existia, lá já se produzia cerveja de baixa fermentação, além disso, tivemos a Lei de Pureza, onde os ingredientes foram limitados a água, malte e lúpulo, por isso, de modo geral, podemos dizer que as cervejas Alemãs são lagers, com longo tempo de maturação, teor alcoólico variando de 4,5% a 8,0%, eles ainda nos ensinaram as decocções e mais recentemente as rampas de infusão.
Na Inglaterra, por terem sido talvez o primeiro país do mundo a ganhar muito dinheiro com cerveja, antes do Séc. XIX, eles são os reis das Ales, cervejas de alta fermentação, pois era assim que fermentava cerveja naquela época, utilizam uma quantidade de lúpulo generosa, onde ele ainda é ressaltado pela água dura, tradicionalmente, praticam uma única temperatura na mostura, processo este chamado de infusão, as cervejas possuem carbonatação baixa e em geral são fabricadas com água, malte, lúpulo, fermento e até 15% de açúcares, este último opcional.
Já a Bélgica podemos dizer que é o caçula das escolas cervejeiras, ganhando força depois da década de 70, trouxeram novos ingredientes pro cenário cervejeiro, como, semente de coentro, casca de laranja, aniz, canela e vários outros, são cervejas de alta fermentação, teor alcoólico variando de 6,0% a 10,0%, misturam as técnicas de produção e as matérias-primas Alemã e Inglesa, mas podemos dizer que a grande contribuição dos Belgas foram os novos e diversos ingredientes.
Mas e nós brasileiros? Basicamente as cervejarias pequenas usam processo de fabricação alemão, com as rampas de infusão e receitas modificadas, ou não, destas três escolas, já nos Estados Unidos, eles misturam técnicas de produção da Alemanha e da Inglaterra, bem como as receitas, só que utilizam uma quantidade muito grande de lúpulo americano, característica fundamental das cervejas deste país, desta mesma forma acontece em outros países, portanto com o cenário que temos hoje, na minha opinião, não podemos dizer que temos uma escola americana de cerveja ou ainda, uma escola brasileira de cerveja, a não ser que a escola brasileira seja o que as grandes estão fazendo, cerveja em 5 dias e quase sem matéria-prima, mas isto não nos orgulha, então vamos deixar passar. Quem sabe num futuro, nós pequenos produtores, inventemos novos processos, ou ainda, teremos nossas próprias matérias-primas produzidas no Brasil e poderemos ter nossa escola cervejeira.
O mais importante é que graças a estas três escolas cervejeira, temos hoje mais de 120 estilos de cerveja no mundo todo.
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Alexandre Bazzo
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17:48
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