terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Que pena 2010 acabou, então venha 2011.

2010 nem acabou e já estamos sentindo saudades, foi um ano fantástico para a Bamberg, caminhamos em direção a boa cerveja.


Logo no começo do ano, em fevereiro, a revista Prazeres da Mesa elegeu a Bamberg Rauchbier como a segunda melhor cerveja a venda no Brasil entre as nacionais e importadas, esta mesma cerveja que em março iria ser citada no livro 1001 Beers you must taste before you die.

Em abril vivemos um momento histórico, junto com nossos parceiros da Falke e Colorado fizemos a Primeira Caravana da Cerveja Rara, um ônibus andando em São Paulo em busca de cervejas especiais.

Em maio fiz minha primeira receita de Doppelstick, que ainda esta maturando em barris de carvalho e promete uma surpresa para 2011, também neste mês ganhamos mais 3 medalhas internacionais, prata com a Bamberg Rauchbier e dois bronzes com a München e Schwarzbier todos no Australian International Beer Awards.


Em junho trocamos nossos rótulos por um design mais moderno, neste mês também tive a honra de participar como jurado do World Beer Awards, na Inglaterra, aproveitei a estadia neste país pra visitar a raiz das Indian Pale Ale, a cidade de Burton upon Trent.

Em julho tivemos o prazer em realizar o I Concurso Paulista de Cervejas Caseiras e Festival de Inverno, em parceria com a Acerva Paulista um evento fantástico, mas a maior alegria do mês foi outra medalha que a Bamberg Rauchbier ganhou, desta vez foi de ouro no World Beer Awards, na Inglaterra, sim aquele mesmo que eu fui júri, mas nem cheguei perto do julgamento da categoria dela.

Agosto chegou no mercado nossa Bamberg Helles, uma cerveja que eu sempre quis fazer e posso dizer que atingi meu objetivo, ela é o que eu queria fazer.

Setembro foi um marco importante, pois meu amigo Fábio Rubira, da Rádio Usp, me convidou pra fazer o programa De Bamberg a Votorantim, falar sobre cerveja semanalmente, apanhei um pouco no começo, mas acho que ta melhorando a cada programa.


Outubro foi um mês muito agitado, visitei pela primeira vez a Oktoberfest em Munich, imperdível, na mesma viajem, tive o prazer em ser recebido pelo prefeito da cidade de Bamberg, de volta ao Brasil participei do I Curso de Cervejas Especiais promovido pela maltaria Agrária e ministrado pelo Oliver Honsel (Weyermann) e no caminho de Guarapuava pra Votorantim, recebi a notícia que a Bamberg ganhava mais dois ouros, com a Rauch e com a Schwarz, no Mondial de La Biere, na França.

Terminamos o ano bem, me formei Sommelier de Cervejas, pela Doemens e comemoramos os 5 anos da Bamberg com uma festa fantástica e com o lançamento da Bamberg St Michael, que cerveja.

Já deu pra perceber que se quisermos repetir todos estes feitos em 2011 teremos muito trabalho, mas não faz mal, vamos tentar.

Feliz Ano Novo a todos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Obrigado.

Se a 5 anos atrás tivesse aparecido um gênio da lâmpada e falado que eu poderia fazer os pedidos que eu quisesse, eu não teria coragem de pedir tudo o que já aconteceu de bom pra Bamberg neste período, nosso objetivo sempre foi fazer cerveja boa, mas não imaginaria que fosse acontece tão rápido.


Foram prêmios na Alemanha, Austrália, Inglaterra, França e Brasil, mas a melhor coisa foram as pessoas que conhecemos, tantas que torcem pela Bamberg tão quanto nós, as vezes fico pensando como irei retribuir todo carinho que recebo destas pessoas?

Exemplo disso é o texto abaixo escrito pelos meus amigos da Falke Bier, Marco, Ronaldo e Juliana, que reproduzo abaixo, pois hoje pela manhã ao ler o texto publicado no Facebook foi um enorme presente:

“Hoje a Francônia deveria estar em festa. Não pela cidade cervejeira que é seu símbolo, não por suas centenas de cervejarias magníficas. A Francônia deveria estar estatalando foguetes, servindo cervejas pelas ruas, ao som de muita música. É que a milhares de quilômetros, em outro continente, em outro hemisfério, brilha uma luz intensa no mundo cervejeiro. Trata-se da cervejaria Bamberg, de Votoranatim/SP, que completa hoje meia década de existência. Pouco tempo na linha da história, mas incrivelmente intenso. Prêmios internacionais, medalhas de ouro, prata e bronze, diversas menções honrosas na mídia nacional. Um exemplo de luta, perseverança, ética e valentia desta cervejaria que é um dos símbolos da revolução cervejeira no Brasil. Vida longa e próspera à Bamberg, um viva a Alexandre, Janaína e aos colaboradores.”

O que posso dizer é que vocês podem esperar da Bamberg sempre produtos que foram produzidos com muita dedicação e respeito a boa cerveja. Nosso objetivo não foi alcançado ainda, acredito que temos muito no que avançar.

Obrigado a todos que ajudam a construir a história da Bamberg.

Aproveito também pra desejar um Feliz Natal e Feliz Ano Novo e como diria meu amigo "Que a fonte nunca seque".

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

E os vencedores foram....

No blog da Bamberg quem ganhou a garrafa de St Michael lote zero foi: Daniel Ropelato

Já no twitter: Alexandre Soriano @alesoriano.

E no Facebook: Benito Hernandes Neto

Os ganhadores devem demonstrar interesse em receber a cerveja em 7 dias a apartir de hoje, através do email contato@cervejariabamberg.com.br

Nós enviaremos as cervejas por nossa conta.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Local do Sorteio da St Michael lote zero.

Só pra lembrar a todos no próximo dia 15 de dezembro faremos o sorteio de 3 garrafas da Bamberg St Michael lote zero. O lugar escolhido para o sorteio foi a loja especializada em cervejas especiais Cervejario, será as 16h e é aberto pra quem quiser assistir.


Faremos uma lista com os nomes dos seguidores do @BambergBier, outra com os do Blog da Bamberg e outra com os do Facebook da Bamberg, daí colocaremos em um recipiente e alguém da platéia nos ajudara pegando um nome pra cada mídia.

Importante: Os seguidores que farão parte do sorteio são aqueles que tiverem seguindo alguma das mídias acima citada até o dia 14 de dezembro de 2010, pois como nosso sorteio é artesanal, precisamos de tempo hábil pra fazer a lista com os nomes.

O Cervejario fica no Mercadão da Cidade, em Sorocaba, no Campolim e tem mais de 160 rótulos de cervejas artesanais e importadas, agradeço desde já o Reison e a Érica por nos ceder este espaço fantástico e aconchegante pra quem gosta de beber boa cerveja.

Boa sorte aos participantes.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sommelier de Cerveja


Nestas duas últimas semanas tive a honra de participar da primeira turma do Curso de Sommelier de Cervejas realizado pela Cilene Saorin, com parceira do Senac e da Doemens, bom, com estas pessoas por trás de toda a realização não poderia ser diferente o resultado, foi excelente.

Uma seleção brasileira de amantes da cerveja compôs o time de alunos, este curso pode ser um marco na cultura cervejeira do Brasil, teremos a partir desta data profissionais preparados para trabalhar em prol da boa cerveja, além disso, desta turma sairão alguns professores que multiplicarão a informação.

Ao longo de 2 semanas degustamos quase 100 cervejas, lúpulos, maltes, água, fermento e também fizemos harmonizações com queijos, embutidos, chocolates e petiscos, além de abordarmos temas como ética, serviço de cerveja, carta de cerveja e muito mais.

O melhor de tudo foi conviver 15 dias com amigos que muitas vezes nos encontramos raramente, foram excelentes Happy Hour e discussões filosóficas sobre cerveja intermináveis.

Parabéns a Cilene pela coragem de encarar este desafio, que, diga-se de passagem, deu muito certo, esperamos as próximas turmas.

Obs.: As fotos foram cedidas pelo meu amigo Maurício Beltramelli (Brejas).

Aula prática na Bamberg

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

E nasce a St. Michael.

Como todo mundo sabe teremos uma cerveja comemorativa para o aniversário de 5 anos da Bamberg, é a já comentada weizenbock dunkel que maturou 6 meses em barris de carvalho francês, feito dry hop e refermentada em garrafa com fermento de champagne, o nome dela até então seria Bamberg Uber Alles, seria, pois tivemos um contra-tempo com ele.


Fazendo o curso de sommelier de cerveja comentei sobre a cerveja com meu amigo Schumacher, da cervejaria gaúcha Abadessa, foi então que ele me alertou sobre a negatividade da frase Uber Alles, pois ela é ligada ao nazismo, dai entrei em contato com meus amigos alemães da Weyermann e eles também me confirmaram isto.

Diante desta constatação não resta dúvida o nome caiu, pois convivendo na Alemanha como venho fazendo sei que isto não reflete a opinião deles, nem a da Cervejaria Bamberg, banimos (nós e os Alemães) qualquer manifestação de intolerância, seja ela racial, religiosa, social, sexual, etc.

E o novo nome será St. Michael, em homenagem ao mosteiro que produziu a primeira cerveja na cidade de Bamberg a quase mil anos atrás.

Contarei mais detalhes sobre a história deste local, mas agora preciso voltar a prestar atenção no curso que estou fazendo, pois escrevo durante o treinamento de off flavors do I Curso de Sommelier de Cervejas.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sorteio da Bamberg Über Alles 2009 - Lote Zero.

Lote zero, garrafas e rolhas, aprendizado.

Como muitos já sabem, no dia 19 de dezembro na festa de 5 anos da Bamberg faremos o lançamento da Bamberg Über Alles 2010, nossa cerveja comemorativa que ficará em linha.


A Über Alles é uma weizenbock que maturou em barris de carvalho que foram reutilizados para vinho, esta cerveja também sofreu um dry hop com Hallertauer Tradition e foi refermentada na garrafa com fermento de champagne, com 9% de álcool, ela será uma cerveja que poderá modificar-se com o tempo, ou seja, uma cerveja de guarda, como eu sei disso?

No ano passado eu fiz um teste antes de produzi-la, foram apenas 300 Litros, boa parte já bebi, alguns amigos também já experimentaram, e venho percebendo que a cerveja vem modificando-se com o tempo, neste lote teste, foram utilizados outros barris, o dry hop foi com lúpulo americano e a receita da weizenbock era diferente.

Então resolvi sortear uma garrafa da Bamberg Über Alles 2009 lote zero, para os seguidores do blog da Bamberg, outra garrafa para os seguidores do @bambergbier e mais uma para os seguidores da Bamberg no facebook, isto é, 3 garrafas, uma pra cada mídia.

O sorteio será no dia 15 de dezembro de 2010, e se o ganhador estiver presente na festa de 5 anos da Bamberg (19/12), ganhara um copo especial de trigo importado da Alemanha e com a logo da Bamberg, copo com capacidade de 400mL.

Então, se você quiser ganhar esta garrafa histórica é só começar a nos seguir no Blog da Bamberg, no @bambergbier e no facebook.

Boa sorte!
Über Alles 2010, lote 1, agora vai.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bamberg Express - Loja Campinas

Sei que estou atrasado pra falar sobre a Bamberg Express Campinas, mas nas últimas semanas ta bastante corrido e tinha outras histórias pra contar, o fato é que a loja já esta funcionando há duas semanas, mas pra quem ainda não sabia, vai a notícia.


Com uma fachada fantástica e localização excelente, abrimos nossa primeira loja pra atender o consumidor final com chope e garrafas, fora a da fábrica aqui em Votorantim.

Todos os nossos chopes e cervejas e mais algumas novidades exclusivas que virão, em barris de 10, 15, 20, 30 e 50 Litros, garrafas de 350mL e 600mL, com a possibilidade de entregar na casa ou ir retirar no local, o objetivo é fornecer de forma simples um produto de qualidade que faltava na cidade de Campinas.

Rua Dona Luisa de Gusmão, 527 – Taquaral.

Telefones 19.3381-7823 19.3044-2506

Atrás da delegacia grandona que fica próximo da lagoa.

http://www.bambergexpress.com.br/

No twitter: @bambergexpress

Sei que vai ter alguém perguntando, e a loja de São Paulo? Quase pronta, o pessoal que ira trabalhar esta em treinamento, mas se alguém quiser chope é só entrar em contato aqui na fábrica que entregaremos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

5 Anos da Bamberg, muito o que comemorar!!!



No dia 19 dezembro, domingo, comemoraremos o quinto aniversário da Cervejaria Bamberg, temos muito o que comemorar, por isso esperamos a sua presença pra que a festa fique completa.

Teremos costela fogo de chão, com arroz, tutu de feijão, várias saladas e muitos petiscos, claro que nesta festa não poderia faltar chope, teremos então, Pilsen, Helles, Weizen, Munchen, Rauch, Schwarz e os exclusivíssimos Weizenbock Hell e Weizenbock Dunkel maturado no barril de carvalho e refermentado com fermento de champagne.

Importante: serão vendidos poucos ingressos e por enquanto a venda é feita apenas aqui na Bamberg, é possível comprar pelo fone 15 3242 7685, ou pelo email contato@cervejariabamberg.com.br.

Aviso: Não deixe pra última hora, vocês viram o que aconteceu no Festival de Inverno, acabou muito rápido, por motivo de segurança não venderemos mais que o planejado.

Já estou contando os dias, vai ser muito legal, muita comida e bebida, melhor de tudo, poder comemorar com os amigos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Meu amigo Oliver Honsel, seu curso e sua visita.

Oliver, Marco Falcone, Eu e Alexander.

É bom quando percebemos que além de fornecedor algumas empresas também são parceiras, este é o caso das maltarias Agrária, de Entre Rios - PR e Weyermann, de Bamberg.

A Weyermann além de ser líder do mercado mundial de maltes especiais, fomenta a cultura cervejeira no mundo todo, a brasileira Agrária vem seguindo a mesma linha em solo nacional, por isso ambas são parceiras. Prova disto foi o I Curso de Cervejas Especiais, realizado por eles em Entre Rios.

Quem veio ministrar o curso foi meu amigo e um dos maiores mestre cervejeiro do mundo Oliver Honsel, ele é responsável pela cervejaria na Weyermann, sua função é fazer o que ele tem vontade de fazer, com isso ele faz os clássicos da escola alemã, belga, inglesa e tcheca, mas além disso, as tendências americana, envelhecimento em barril de carvalho, cerveja com diferentes ingredientes, como açafrão, mangerona, frutas, etc. Sem contar as várias receitas e pesquisas que ele já desenvolveu para as grandes cervejarias do mundo, por esta flexibilidade e pela humildade do Oliver, toda vez que conversamos sobre cerveja, acaba sendo uma aula.

O curso reuniu pequenas e médias cervejarias brasileiras, no primeiro dia tivemos aula teórica e no segundo a prática, que foi realizada na cervejaria Donau que fica dentro da colônia de Entre Rios. Claro que tudo isto com muita cerveja e comida típica alemã.

Esta atitude da Weyermann e da Agrária nos mostra que além de vender seus maltes eles estão preocupados com o futuro de nosso mercado, querem fazer com que nós não façamos apenas cerveja, mas sim, produtos de alta qualidade e seguindo a tradição do estilo da cerveja a ser produzida.

Nós da Bamberg ainda tivemos a honra de receber a visita do Oliver e do Alexander (Agrária) aqui na cervejaria, onde ambos tomaram todas as nossas cervejas, o Oliver pode dar sua opinião não só no produto final, mas também nos equipamentos e método de produção, depois rumamos pra Laranjal Paulista, onde meus pais moram, e tivemos um sábado com arroz carreteiro, virado de feijão, couve refogada e osso buco, tudo isto no fogão á lenha e preparado pela minha mãe, já na churrasqueira Augustão ensinou Oliver a fazer picanha, a caipirinha ficou por conta de Lucão, vocês podem estar perguntando o que eu fiz, levei o chope, Pilsen, Helles e Rauch, acho que o Oliver pode ver, comer, beber e sentir um pouco do interior de São Paulo.

Obrigado a Agrária e a Weyermann por apoiar as pequenas cervejarias, nos ajudando não só com matérias-primas de qualidade, mas também com conhecimento técnico.

Obs.: Um dos souvenir que o Oliver levou pra Bamberg foi uma picanha, dentro da mala.

domingo, 24 de outubro de 2010

Dois ouros no Mondial de la Biere.

Neste sábado (23/10) quando retornava de carro de Guarapuava-PR pra Votorantim-SP, fui surpreendido com a ligação do meu amigo Edu anunciando que a Bamberg teria ganhado mais duas medalhas internacionais, devo confessar que as 4 horas que ainda faltavam pra completar a viajem passaram fáceis.


Desta vez foi em Strasbourg na França, a Bamberg Rauchbier e a Bamberg Schwarzbier ambas ganharam medalha de ouro no Mondial de La biere.

Foram mais de 400 cervejas vindas de vários países, onde passaram por um teste cego, isto é, o jurado não sabia que marca estava bebendo, no final deu Brasil, mais uma vez.

Eu não pude estar presente no evento, mas tive a honra de ser representado pelo Marcelo Carneiro (Cervejaria Colorado) e Mauricio Beltramelli (Brejas), eles receberam as medalhas e poucos minutos depois o Marcelo já descrevia por telefone a alegria deles pelo ocorrido.
Bia (Colorado), Marcelo (Colorado), Mauricio (Brejas), representando a Bamberg e o Brasil.

É impossível fazer cerveja sozinho, este é um trabalho de equipe, por isso, agradeço minha equipe: Janaína, Luciana, Noemi, Reinaldão, Willian, Fábio, Marcos, Alberto e Ede, eles trabalham duro todos os dias pra que a Bamberg mantenha-se no alto nível que esta. Também não posso deixar de agradecer minha família que viabiliza o projeto Bamberg, Janaina, Luiz, Magda, Thiago e Lucas, estes dois últimos que também são meus sócios. E claro que não posso deixar de agradecer vocês que torcem pela Bamberg tanto quanto nós.

Obrigado a todos.


Abaixo segue um breve e atualizado histórico da Bamberg:

18/12/2005

Primeiro cozimento. Foram feitas duas bateladas de mil litros para encher nosso primeiro tanque de cerveja Pilsen, que foi vendido sem filtrar.

27/07/2007
A Bamberg começava a mostrar ousadia em suas cervejas, a primeira Altbier fabricada no Brasil, com muito amargor, como pede a tradicional cerveja de Dusseldorf.

01/05/2008
Chegava nas bancas o Jornal O Estado de São Paulo, que trazia no caderno Paladar a Bamberg Pilsen eleita como a Melhor Pilsen artesanal do Brasil.

15/01/2009
Foi produzida neste dia a primeira cerveja fabricada no Brasil que passou por um processo de maturação em barris de carvalho, Biertruppe Vintage Nº1

18/11/2009
A Bamberg Rauchbier ganha medalha de prata no European Beer Star 2009 na categoria Smoked Beer.

25/11/2009
As cervejarias Bamberg, Falke e Colorado, são homenageadas no Prêmio Paladar 2009 como produto do ano: Cerveja Artesanal.

13/01/2010
Colocamos em garrafas de espumante o primeiro lote da cerveja fabricada com refermentação de fermento de Champagne.

08/02/2010
Chega as bancas a revista Prazeres da Mesa, onde a Bamberg Rauchbier foi eleita a segunda melhor cerveja disponível a venda no Brasil, entre nacionais e importadas, dentre todos os estilos.

15/03/2010
Sai o livro 1001 Beers you must taste before you die, onde uma das cervejas citada é a Bamberg Rauchbier.

21/05/2010
A Bamberg Rauchbier ganha medalha de prata, a München e a Schwarzibier ganham medalha de bronze no Australian International Beer Awards 2010.

28/07/2010
A Bamberg Rauch Beer ganha dois prêmios no World Beer Awards na Inglaterra, World's Best Flavoured Lager e The Americas' Best Flavoured Lager.

23/10/2010
A Bamberg Rauchbier e a Bamberg Schwarzbier ganham medalha de ouro no Mondial de La Biere realizado em Strasbourg, França.



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Oktoberfest Munich 2010.

A Oktoberfest mais famosa e que deu origem a esta festividade é a da cidade de Munich, na Alemanha, mas apesar do nome, que significa festa de outubro, ela acontece nas duas últimas semanas de setembro até o primeiro final de semana de outubro.

A festa surgiu pra comemorar o casamento do príncipe da Bavária Ludwig com a princesa Therese em 1810 e o período original era de 12 à 17 de outubro, mas convenhamos que para o lugar em que se mais bebe cerveja no mundo 5 dias era muito pouco, logo então a festa aumentou, antecipando-se e chegou nos dias do mês de setembro, daí anos mais tarde, a parte que ocupava os dias de outubro ficou mais curta no calendário festivo, ficando apenas as 2 últimas semanas de setembro e a primeira de outubro, isso por causa do tempo, pois em setembro o tempo esta mais quente e os visitantes aproveitavam melhor, quanto mais pro final do ano mais frio fica.

A comemoração do casamento do príncipe com a princesa dura até hoje e é um sucesso, os participantes podem beber cervejas em canecas de um litro, que na Alemanha é conhecida por Mass, mas apenas cervejarias que pertencem a cidade de Munich podem participar da festa, elas se apresentam em gigantescos pavilhões, servindo algumas delas cerveja feita especialmente para o evento. Mas claro que o que mais vende é a cerveja de Munich, a Helles. Já os visitantes vêem do mundo todo e se você não chegar cedo com certeza, não entrara na festa.

O primeiro barril de chope é aberto todo ano pelo prefeito de Munich e reza a lenda, se ele não demonstrar destreza em fazer o serviço, ele não permanecerá muito tempo no poder, pois se o prefeito não leva jeito pra cuidar da cerveja da população, quem dera dos problemas dela enfrentado no cotidiano da cidade. Coincidência ou não, em 1959, os quatro candidatos foram competir pra ver quem abria melhor o barril, e o ganhador desta competição também foi o vitorioso nas urnas, podemos dizer que foi de certa forma as primarias, no estilo bávaro de ser.

Acima vemos um típico cidadão de Munich.

A Oktoberfest em Munich é fantástica, muito organizada, metrô nos deixa dentro da festa, público muito amigável, uma festa pra se divertir, fará parte do meu calendário anual de eventos daqui por diante.



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

De Bamberg a Votorantim - Programa 6

Neste programa falamos sobre a Oktoberfest, sua origem e histórias. Voces irão perceber que o formato do programa mudou um pouco.
Pra ouvir clique aqui.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Bamberg em Bamberg.


No dia 30 de setembro tive a honra de ser recebido pelo prefeito da cidade de Bamberg, o senhor Andreas Starke, além dele, de seus assessores e da imprensa, tivemos a presença da Sabine Weyermann, proprietária da tradicional maltaria da cidade a Weyermann, de onde vêm nossos maltes e de meus parceiros de viajem Edu e André.

Foi um encontro formal onde o prefeito teve o primeiro contato com nossas cervejas e também ficou sabendo da trajetória da Cervejaria Bamberg, ele demonstrou muita felicidade por representarmos tão bem a cidade de Bamberg mundialmente. Além disso, o Sr Starke demonstrou profundo conhecedor e torcedor do time do Santos.

Entreguei pra ele também uma amistosa carta do nosso prefeito de Votorantim, Sr Carlos Piveta, que em alemão descreveu pra ele a importância de nossa cidade no cenário nacional e da importância em ter uma cervejaria em Votorantim.

Vejo este encontro um momento importante, pois estamos levando para outros países um pedaço do Brasil que vai além de futebol, samba e churrasco, também fazemos cervejas de excelente qualidade, além disso, vale lembrar que receber um reconhecimento vindo da cidade que possui a maior cultura cervejeira do mundo nos deixa muito orgulhoso, Bamberg possui 70 mil habitantes 9 cervejarias, mais 1 cervejaria dentro da Weyermann, portanto, 10 cervejarias, onde cada uma produz no mínimo 4 estilos diferentes de cerveja, uma história de 1000 anos na produção da bebida.

Depois do encontro eu e minha comitiva, meus amigos Edu e André, seguimos pra Maltaria Weyermann, onde acompanhamos o final da produção de pão no forno a lenha, comandada pela mestre de panificação Betina e degustamos várias cervejas com o mestre cervejeiro e meu amigo Oliver Honsel, a que mais me chamou a atenção foi uma Raspberry Porter envelhecida em barril de carvalho.

Gostaria de agradecer a prefeitura de Bamberg e a maltaria Weyermann pela fantástica recepção que nos deram, posso dizer que já me sinto em casa quando estou em Bamberg e a Weyermann é meu lar.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

De Bamberg a Votorantim - Programa 5

Um pouco atrasado, mas este é o áudio do programa que foi ao ar na última sexta-feira.
O tema abordado foi harmonização de cerveja com comida.
Clique aqui.

sábado, 25 de setembro de 2010

De Bamberg a Votorantim - Programa 4

Pra quem não escutou ao vivo ontem, segue o link do quarto programa De Bamberg a Votorantim, o tema abordado desta vez foi estilos de cerveja.
CLIQUE AQUI PRA OUVIR. 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lição para os cervejeiros: Padaria Real.

Algumas vezes temos dificuldade em traduzir o que é uma cervejaria artesanal, então achei que seria legal colocar como exemplo a Baguete Tradition da Padaria Real.


Pra quem não conhece a Real, em Sorocaba, esta perdendo, é o nosso principal ponto turístico, tem a melhor coxinha do Brasil e os melhores pães, claro que esta é minha opinião, não sou especialista em pães, mas quem conhece sabe que não estou exagerando, a Baguete Tradition nos da duas lições, o que é ser artesanal e que simplicidade pode gerar complexidade.

A Baguete Tradition segue rigorosamente uma sequência de preparo, com três fermentações naturais.

É um produto que o padeiro tem que respeitar o tempo dele e deve ser assado, obrigatoriamente, em forno à lenha e direto no lastro do forno.

Esta baguete é reconhecida na França desde 1993 pelo “decreto pão” que tinha como objetivo dar um estimulo as padarias artesanais que estavam sofrendo com a concorrência desleal das grandes fábricas de pão, parece que já escutei isso em outro segmento de mercado.

E você deve estar se perguntando, o que a cerveja tem a ver com isso?

É possível crescer sem perder a qualidade, desde que você mantenha a ideologia, o artesanal é uma ideologia a ser seguida, o que é qualidade pra nós artesãos, não é pra uma grande cervejaria ou indústria do pão, o que importa para nós é resgatar a tradição, o que teremos de aromas e sabores no final, já pra indústria, o que importa é fazer sempre a mesma coisa com o menor custo, pra Padaria Real, certamente não interessa se a baguete esta com um formato irregular, com as bolhas interna de tamanhos diferentes, aparentando rusticidade, o que importa é o sabor fantástico que ela tem, já pra grande industria de pães o que significa qualidade é fazer o pão sempre do mesmo tamanho, com a mesma largura das fatias, e bolhas interna uniformes e com o menor preço possível.

Mas lembre, nem todo pequeno produtor preocupa-se com o alto padrão, a maioria tenta copiar o que uma grande indústria faz, mas sem ter a tecnologia deles, por isso encontramos um monte de “pão de vento” no mercado e um monte de água amarela com gás feita por pequenas cervejarias.

A outra lição que a baguete nos da é que com poucos ingredientes é possível fazer um produto altamente complexo, e pra fazer cerveja é a mesma coisa, não necessitamos fazer uma cerveja com 15% de álcool, 200 IBU e marrom, pra termos complexidade, às vezes uma Pilsen bem feita tem complexidade maior que as Extreme Beer.

E a Baguete Tradition da Padaria Real harmoniza com qual cerveja? Com qualquer uma, às vezes como ela pura, sem recheio, é boa de qualquer jeito.

Só pra constar, este texto não é um Jabá pra Padaria Real, eles nem precisam disso, e não escondo de ninguém que sou fã deles, o que temos de bom devemos falar.

Parabéns a todos que ajudaram a elaborar esta obra de arte que é a Baguete Tradition, principalmente ou Joel que literalmente põe a mão na massa e ao Carlos que a cada dia esta trazendo novidades e estudando pra nos brindar com essas maravilhas.

sábado, 18 de setembro de 2010

De Bamberg à Votorantim - Audio do 3º Programa.

Ontem foi ao ar o terceiro programa De Bamberg a Votorantim, o assunto foi Escolas Cervejeiras.

Enquanto nosso logo pro programa esta sendo criado, já disse isso no post do segundo programa, a repetição da frase é só pro criador ficar esperto, pra ouvir você clica aqui.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Helles com risoto de Brie e damasco e pato na laranjal.

Pra comemorar o lançamento da Helles em garrafa, fizemos uma harmonização. Pato na Laranja, com dicas de preparo do meu amigo Edu Passarelli, mas quem executou o prato foi minha mãe, com risoto de Brie e damasco, receita domínio público e quem executou foi eu, também cozinho de vez em quando.

A Helles na garrafa esta filtrada, diferente do chope que é vendido sem filtrar, mas as características dela só ressaltaram, ficou um pouco mais leve, mas o malte e o lúpulo equilibraram mais, bom, sou suspeito pra falar desta cerveja, mas beberia ela todos os dias, que delícia.

O prato harmonizou com a cerveja, o Brie deu uma cremosidade legal, e o damasco um doce, cítrico, o pato tem uma carne mais marcante, mas o doce do molho de laranja suavizou, a Helles tem um corpo e amargor suficientes pra encarar o prato.

A harmonização da cerveja com pratos é mais uma das opções que a bebida nos oferece, mas não podemos esquecer que a cerveja é uma bebida alegre, descontraída e enzima pra amizades.

As fotos são do fotógrafo amador Luiz Bazzo.

sábado, 11 de setembro de 2010

Audio do 2º programa De Bamberg à Votorantim.

Ontem foi ao ar o segundo programa De Bamberg a Votorantim, o assunto foi história da cerveja.
Enquanto nosso logo pro programa esta sendo criado, pra ouvir você clica aqui.

sábado, 4 de setembro de 2010

De Bamberg a Votorantim - Audio do 1º Programa.

Como disse no post anterior segue aqui o audio do primeiro programa "De Bamberg a Votorantim", neste é uma apresentação e um resumo do que falaremos, no segundo programa falarei sobre a história da cerveja.

Aguardo as sugestões de vocês, assim iremos fazendo os programas juntos.

Clique aqui: De Bamberg a Votorantim programa 1

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

De Bamberg a Votorantim.

Hoje estréia na rádio USP o programa De Bamberg a Votorantim, idéia do meu amigo Fábio Rubira, onde eu falarei sobre cultura cervejeira, abordando sempre temas relacionados ao mundo cervejeiro, como, história da cerveja, estilos, curiosidades, etc.

Neste primeiro programa será uma apresentação e uma breve história do que iremos conversar.

É a cerveja de qualidade cada vez mais atingindo uma gama maior da população, sempre passando a mensagem de beber menos, mas com qualidade maior.

Pra quem quiser escutar ao vivo o programa Áudio Papo, onde acontecerá o programa De Bamberg a Votorantim, passa as sextas-feiras das 20:30h as 22:00h, a rádio Usp em São Paulo é FM 93,7 MHz, em Ribeirão Preto é FM 107,9 MHz ou pelo site http://www.radio.usp.br/.

Obrigado a Rádio Usp e ao Fábio por nos dar esta oportunidade de falar de forma responsável sobre cerveja para um público excelente.
Toda semana eu colocarei o áudio do programa no Blog.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A vez da cerveja Helles.


Bamberg Helles.

Já contei a história, mostrei o rótulo, mas agora vamos falar de como ficou a Helles.

O objetivo inicial dela foi mostrar o que temos de bom na Bavária, maltes de excelente qualidade e lúpulos de Hallertauer. Nesta cerveja utilizei 3 tipos de maltes, um deles da Agrária e dois da Weyermann, e 2 tipos de lúpulos, ambos de Hallertauer.

Mas a grande estrela que nos proporcionou um resultado surpreendente foi o fermento, uma cepa especial vinda da Bavária.

Eu resumiria esta cerveja em complexidade e sutileza, eu gosto de beber Helles em canecas de 1 litro e esta me permitirá fazer isto.

O chope virá sem filtrar neste primeiro momento, depois de filtrada, a cerveja em garrafa ganhará mais em malte e o lúpulo diminuirá um pouco, devido ao malte.

Bom, espero que vocês gostem, pois é um dos meus estilos preferidos e fazem 2 anos que trabalho mentalmente nesta receita.

O que temos no copo:

Aroma: A presença do lúpulo de Hallertauer é nítido no aroma, mas também vem forte com o caramelo e pão, provenientes do malte.

Aparência: Amarelo escuro, com boa formação de espuma.

Sabor: O que percebemos de forma mais forte é a presença do malte, na forma de pão, cereal, caramelo, mas o lúpulo vem no final terminando um pouco seco, com o intuito de equilibrar com a doçura do malte.

Sensação na boca: Corpo médio, carbonatação média.

Impressão geral: A marca registrada do estilo Helles é presença marcante de malte, mas também o lúpulo aparece sempre de forma a equilibrar o conjunto, devido o longo tempo de maturação a cerveja ganha uma suavidade e textura na boca, mostrando que delicadeza e suavidade não é sinal de falta de complexidade, pelo contrário.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O rótulo da Bamberg Helles

Como todos os nossos rótulos este também foi feito pelo André Clemente, a idéia é usar as cores e a bandeira da Bavária, estado alemão, onde a Helles nasceu, portanto notamos a massiva presença de azul e branco.
Outro rótulo da Bamberg que utiliza as mesmas cores e pelos mesmos motivos é o da Weizen, porém André usou sua experiência e habilidade para que eles ficassem diferentes e não confundisse o consumidor.
Só para lembrar a todos este final de semana, 28/08, faremos o pré lançamento da cerveja no 4º Pratos e Brejas, teremos chope Helles, as garrafas chegarão no mercado na segunda semana de setembro, será filtrada e teremos ela em linha o ano todo.
Espero que vocês gostem do rótulo e da cerveja.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Que canseira.

O processo de utilização da madeira na indústria cervejeira é muito delicado dentro de uma cervejaria moderna. Com esta técnica invariavelmente o cervejeiro introduz no processo microorganismos indesejáveis a produção de cerveja tradicional, já que a cerveja dentro do barril de madeira acaba exposta a eles. Além disso, a madeira é uma barreira não muito eficiente para evitar a entrada de oxigênio, e com isso deve-se levar em conta o processo de oxidação. Como se não bastasse, a temperatura do ambiente em que esta armazenado e a lupulagem da cerveja também influencia no crescimento microbiológico do meio e consequentemente no produto final. Superar estas dificuldades só vale a pena por que o resultado de uma cerveja que passa por madeira é normalmente bastante diferenciado e surpreendente!

Estilos de cerveja conhecidos, como por exemplo, Barley Wine, Weizenbock, Imperial Stout e Indian Pale, na maioria das vezes com alto teor alcoólico, entre de 7% a 12% por volume, adquirem com primor as características de madeira utilizada.

A cerveja que passa por madeira deve apresentar como característica predominante os aromas e sabores do estilo base, com notas da própria madeira ou, se o barril foi utilizado anteriormente por alguma bebida alcoólica, notas desta bebida, mas sempre sem predominar. A cerveja pode ser envasada diretamente do barril para a garrafa, com refermentação ou não, ou ainda misturando-a com cerveja jovem para amenizar os efeitos da madeira. O período de maturação varia de 3 meses a 5 anos.

Outro caminho é utilizar um estilo que tenha como pré-requisito a fermentação e/ou a maturação em barris de madeira, como é o caso das belgas Lambic, Oud Bruin, e Flanders. Não se faz estes estilos sem a longa fermentação e maturação nos barris de madeira, por volta de 3 a 5 anos, sem adicionar fermento, ou seja utiliza-se a própria microflora da cervejaria e dos barris, ambiente que favorece a ação dos microorganismos Saccharomyces, Brettanomyces, Pediococcus e Lactobacillus, mais comuns na produção cervejeira.

Os aromas e sabores podem vir da transformação da lignina presente na madeira em vanilina com o passar dos meses, e por isso que é comum ao degustador perceber notas de baunilha, coco queimado, café, e claro, madeira. Por ser porosa a madeira abriga muitos microorganismos, que vivem nela naturalmente, contribuindo para dar a cerveja toques de acidez, rusticidade, sabores de couro, mofo, estábulo, sendo que estes últimos, apesar de soarem estranhos, podem ser muito benéficos para cerveja. Outro componente importante é a oxidação, muitas vezes reconhecida pelo gosto de papelão que ela confere a cerveja comum. Porém, no caso das maturadas em madeiras, a oxidação se transforma em notas de cerejas, ameixas, frutas vermelhas, banana passa, etc.

Agora imagine toda esta complexidade somada aos ingredientes, malte, lúpulo e levedura. Fantástico!

Pois é, pena que todo o estudo que eu já fiz e continuo fazendo sobre produção de cervejas em barris de madeiras não possa ser colocado em prática, pois não pode, simplesmente é esta a resposta.

O que pode? A cerveja fabricada com arroz, milho, açúcar, antioxidantes, antiespumantes, corantes, enzimas, conservadores de espumas e um tempo recorde de produção de 5 dias, sem gosto, sem cor, sem aroma, mas estupidamente gelada. Eu não quero fazer isso.

Ah, cerveja com frutas, condimentos, outras ervas, tudo isso também não pode, na verdade fazer cerveja não pode.

Já que eu sou obrigado a assistir 50 minutos de horário político OBRIGATÓRIO, qual a proposta dos candidatos para as microcervejarias que querem ter em sua gama de produtos mais de 30 estilos de cervejas, aumentando o emprego, gerando turismo e notícia boa para a sua região e seu país?

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Burton upon Trent.

Famoso Rio Trent.


Algumas cidades no mundo são privilegiadas por terem aroma de mosto de cerveja no ar, Bamberg é uma delas, logo ao sair da estação de trem sentimos cheiro de malte da Weyermann e mosto da Spezial e Faesla. Outra cidade que me impressionou com a presença de cerveja em seu cotidiano foi Burton upon Trent, logo na saída da estação o aroma de mosto cozinhando já toma conta da atmosfera, a duas horas de Londres, na direção noroeste esta pequena cidade tem seu nome marcado na história da humanidade.

No Passado ela foi um dos maiores pólos cervejeiros do mundo, foi graças a sua água com alto teor de dureza que surgiu o estilo Indian Pale Ale, este que atualmente não aparece com muita freqüência nos pubs da cidade, o que domina por lá são as tradicionais Pale Ale servidas no sistema Cask Ale.

Além das cervejas e da beleza da cidade, que é pequena e aconchegante, com uma população muito simpática, o principal motivo que me levou até ela era pra conhecer um método de fermentação que só existe em uma cervejaria no mundo e é lá, o Burton Union System.

Este método foi comum no passado, porém, com o desenvolvimento das tecnologias da industria cervejeira ele foi abandonado, mas na Marston's, uma de suas cervejas ainda é produzida pelo B.U.S., é a Pedigree, uma pale ale que é vendida apenas na cidade e em chope, servida pelo método Cask Ale, uma pena não existir esta cerveja em garrafas.
Burton Union System.

No Burton Union System a cerveja é fermentada em barris de madeira e durante a fermentação a espuma sai por um cano em cima do barril e é coletada pra ser inoculada em outra produção, tudo isto acontece dentro de um grande barracão e a quantidade de fermento é enorme.

Momentos como este faz com que você se sinta de volta a anos atrás, e também paramos para pensar o que a tecnologia fez pra melhorar a qualidade ou aumentar a produção apenas.

E a cerveja é boa? Sim, é uma Pale Ale tradicional britânica, onde você só poderá bebe-la na cidade onde ela nasceu e da forma com que ela vem sendo fabricada a séculos, historicamente uma experiência imperdível.
Burton Bridge.

Uma outra cervejaria menor e mais artesanal é a Burton Bridge, esta possui um pub na frente da fábrica onde a população mais tradicionalista da cidade prefere beber suas Ales, a cerveja é a melhor da cidade, o ambiente agradável, onde rapidamente fizemos amizades e nesta viajem descobri que a forma mais fácil de se arrumar amigos em um pub é dizer: I’m Brewer.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Bamberg Helles.

Meu restaurante preferido em Munich.

Às nove horas da manhã na Bavária é conhecida como Brotzeit, isto é, hora do pão, os trabalhadores das fábricas, escritórios e população em geral fazem um rápido intervalo, é hora da Helles.

Na cidade de Bamberg, nesta hora da manhã, todos os pubs históricos já estão abertos e várias pessoas matam suas cedes com Helles, o pão líquido da Bavária, pois nesta região do mundo a cerveja faz parte da dieta da população e das suas experiências gastronômicas. Quando uma pessoa pede uma cerveja em Bamberg 90% dos casos esta é uma Helles, toda cervejaria tem sua interpretação de um estilo de cerveja que muitas vezes tem a receita com poucos tipos de maltes, um lúpulo e fermento, mas a sutiliza, o equilíbrio e séculos de história fazem com que ela seja diferente pra cada cervejeiro que a produz. Algumas pessoas têm sua marca de Helles favorita, algo como um time de futebol, onde ele beberá na cervejaria de seu bairro, sorte nossa que vamos de bairro em bairro experimentando diferentes Helles..
Brotzeit em Andechs.

Talvez seja a cerveja mais técnica de se produzir, temos que conferir complexidade, sem perder a delicadeza da cerveja, os processos de brassagem, fermentação e maturação, influenciam muito no produto final, na sua composição podemos dizer que precisamos de água, malte, lúpulo, fermento, muita técnica e paciência pra deixar o tempo agir no produto.

Além disso, é uma cerveja de fundamental importância para a humanidade, pois era bebendo Helles que reuniões políticas aconteciam em Munich durante as décadas de 20, 30 e 40, muitos filósofos passaram pelas cervejarias desta cidade e sentaram nas grandes mesas típicas da região e puderam desenvolver suas teorias sobre a humanidade.

Esta sem dúvida foi a primeira Lager produzida na humanidade, antes da Pilsen ser feita na cidade de mesmo nome.

Por tudo isto e como muitas vezes eu já esperei dar nove horas da manhã pra que algum pub em Bamberg abrisse pra que eu pudesse tomar meu café da manhã com Helles, este sempre foi um estilo que me atraiu e por dois anos eu trabalhei mentalmente e matematicamente na receita da Bamberg Helles e desde o dia 23 de julho, dia que fiz o primeiro cozimento dela, venho fazendo meu Brotzei, reservo às 9h pra experimentá-la, claro que até hoje ela estava fermentando, longe de seu caráter final, mas é uma alegria poder imaginar que em um mês teremos nossa cerveja símbolo da Bavária, pra poder bebê-la em canecas de um litro.

Então, amigos vamos aguardar mais um mês para que ela se transforme na Bamberg Helles.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Rauchbier, mais um prêmio internacional.

Acabo de saber que a Bamberg Rauchbier foi eleita a World's Best Flavoured Lager, quando inscrevi esta cerveja no World Beer Awards sabia que seria muito difícil ela ganhar, pois como o próprio nome da categoria diz, ela não compete apenas com cervejas defumadas, mas também com outros estilo de Lagers que possui é "flavored", mas ela ganhou, além de ser a melhor do mundo no estilo, também foi eleita a melhor das Américas, The Americas' Best Flavoured Lager, pois ela passou numa eliminatória nos EUA antes de competir na fase mundial.

O World Beer Awards acontece na Inglaterra, mas como disse, nossa cerveja passou por uma fase eliminatória nos EUA, por isso, ela viajou muito até chegar lá, foram mais de 500 cervejas vinda de 27 países.

Mais uma vez divido este prêmio com minha família, Luiz, Magda, Lucas, Thiago e Janaína, com a equipe da Bamberg, Luciana, Noemi, Fábio, Alberto, Marcão, Marcos, Ede e Reinaldo, e com todos os meus amigos que torcem pela Bamberg tão quanto eu.

Obrigado a todos, pois é impossível fazer cerveja sozinho.

Abaixo coloco algumas datas importantes para nós:

18/12/2005
Primeiro cozimento. Foram feitas duas bateladas de mil litros para encher nosso primeiro tanque de cerveja Pilsen, que foi vendido sem filtrar.

27/07/2007
A Bamberg começava a mostrar ousadia em suas cervejas, a primeira Altbier fabricada no Brasil, com muito amargor, como pede a tradicional cerveja de Dusseldorf.

01/05/2008
Chegava nas bancas o Jornal O Estado de São Paulo, que trazia no caderno Paladar a Bamberg Pilsen eleita como a Melhor Pilsen artesanal do Brasil.

15/01/2009
Foi produzida neste dia a primeira cerveja fabricada no Brasil que passou por um processo de maturação em barris de carvalho, Biertruppe Vintage Nº1.

18/11/2009
A Bamberg Rauchbier ganha medalha de prata no European Beer Star 2009 na categoria Smoked Beer.

25/11/2009
As cervejarias Bamberg, Falke e Colorado, são homenageadas no Prêmio Paladar 2009 como produto do ano: Cerveja Artesanal.

13/01/2010
Colocamos em garrafas de espumante o primeiro lote de cerveja fabricado no Brasil, com refermentação de fermento de Champagne.

08/02/2010
Chega as bancas a revista Prazeres da Mesa, onde a Bamberg Rauchbier foi eleita a segunda melhor cerveja disponível a venda no Brasil, entre nacionais e importadas, dentre todos os estilos.

15/03/2010
Sai o livro 1001 Beers you must taste before you die, onde uma das cervejas citada é a Bamberg Rauchbier.

21/05/2010
A Bamberg Rauchbier ganha medalha de prata, a München e a Schwarzibier ganham medalha de bronze no Australian International.

28/07/2010
A Bamberg Rauch Beer ganha dois prêmios no World Beer Awards na Inglaterra, World's Best Flavoured Lager e The Americas' Best Flavoured Lager.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Aos vencedores, os prêmios!

Depois de uma tarde de sábado julgando as cervejas, chegamos ao resultado final. A cerveja ganhadora teve larga vantagem de pontos sobre a segunda colocada, porém ambas sobressaíram muito sobre as demais colocadas, acredito que a primeira levou melhor pois estava mais inserida dentro do estilo ESB e principalmente não tinha defeitos de fabricação, a segunda colocada agradou quase todos os jurados, mas também nos deixou em dúvida quanto a sua lupulagem excessivamente marcante no aroma, lembrando lúpulos americanos, vale dizer que a cerveja estava uma delícia.

Com os troféus: Paulo, Guilherme e Alex.

1º: Guilherme Alberici de Santi, cerveja DeSanti, Campinas, 128 pontos;

2º: Paulo Cristiano Ferro, cerveja Scandinava ESB, Mogi Mirim, 113,5 pontos;

3º: Alex Wirz Vieira, cerveja ESBoldo, São Paulo, 100 pontos.

4º: Daniel Guandalini, Campinas;

5º: Marcos Arnus, São Paulo;

6º: Guilherme Baldin, São Paulo;

7º: Flavio Annicchino, Indaiatuba;

8º: Philip Zanello, Araraquara.

De todas as cervejas analisadas percebemos apenas duas fora do estilo, uma esta muito escura e outra com características de cerveja belga, isto é muito legal, pois nosso objetivo foi alcançado, fazer com que os competidores estudassem sobre o estilo ESB, este que ainda é pouco difundido.

Durante a festa no domingo fizemos uma homenagem a três cervejeiros caseiros que começaram a difundir, através de palestras, cursos, eventos, blogs e cervejas, a prática de fazer cerveja em casa, foi através deles que tive o prímeiro contato com o mundo da cerveja caseira. Os ganhadores do prêmio Wilhelm IV 2010 foram meu amigos:

Leonardo Botto;
Mauro Nogueira;
Ricardo Rosa.

Obrigado pelos seus serviços prestados a cultura cervejeira do Brasil.
Botto, Maurinho, Ricardo.(Foto: Mauricio Beltrameli).
Quanto a festa de ontem só tenho a agradecer a Acerva Paulista, O2 e Bamberg que organizaram o evento, a todos que enviaram cervejas pro festival e pra competição, aos que compraram convites, aos patrocinadores, LS Etiquetas, A Turma (Afonsão), Bierboxx, Tarantino; aos apoiadores Brejas, Prefeitura de Votorantim, Colorado e Falke, a toda a imprensa que trabalhou no final de semana, ao Marcos que com sua equipe preparou a melhor costela fogo de chão, aos jurados que deixaram compromissos para vir nos ajudar, acho que não esqueci de ninguém.

Deu tudo certo, comida excelente, mais de 1000 litros de cervejas caseiras e artesanais, música boa, uma reunião de amigos onde todo mundo se divertiu, foram 250 pessoas, vindas de várias cidades dos estados de São Paulo, Rio, Santa Catarina, Belo Horizonte e Bahia, nenhuma confusão, ninguém passou do limite, isto é difundir a cultura cervejeira. 

Não tenho dúvida, estamos construindo uma nova história para a cerveja brasileira. Ano que vem tem mais.


Chopeiras, churrasco e vista de fora do evento.
Jurados, organização e amigos.