A escola alemã cervejeira é conhecida por lagers, cervejas de baixa fermentação, porém, temos fantásticas Ale nesta escola, cervejas de alta fermentação bastante singulares, duas delas são Altbier e Kölsch.
Nas cidades de Dusseldorf e Colônia (Köln), no centro oeste da Alemanha, elas mantêm a tradição de fazer cervejas de alta fermentação, hoje, ambas são grandes cidades, mas a primeira a se destacar com a cerveja foi Colônia, a muitos séculos atrás, nesta época Dusseldorf pertencia a Colônia, mas ela foi ganhando força política e financeira e transformou-se em cidade. Ambas são banhadas pelo Rio Reno.
Piada que o pessoal de Dusseldorf faz.
Em Colônia a cerveja é de alta fermentação, leve, com uma lupulagem marcante mas não exagerada, fácil de beber e normalmente leva até 10% de malte de trigo na formulação, fazendo com que a espuma seja muito persistente, esta cerveja é a Kölsch, é uma palavra que designa o que é de Köln. Esta cerveja tem denominação de origem protegida e apenas os produtores que pertencem a cidade pode chamar sua cerveja de Kölsch.
A 50 km de distância temos a cidade de Dusseldorf, também banhada pelo Rio Reno, onde a cerveja é de alta fermentação, vermelha, com alta lupulagem, final seco, pode conter até 10% de malte de trigo na fórmula, mas isso não é comum, esta é a Altbier, que significa cerveja velha, no sentido de antiga, pois ela é fabricada no método antigo de alta fermentação.
Fora de Dusseldorf, mas ainda na região do Rio Reno, a Altbier muda um pouco, a lupulagem diminui e o malte aparece mais que as da cidade, por isso não tendo um final tão seco.
A Altbier quase desapareceu do mundo no passado recente, com febre das lagers claras seu consumo caiu muito e as cervejarias ficaram em situação difíceis, mas sorte nossa eles mantiveram esta tradição e hoje eles estão retomando aos pouco seu lugar de direito. Fora de Dusseldorf existem pouquíssimas microcervejarias espalhadas pelo mundo produzindo Altbier, aqui no Brasil apenas a Bamberg e a Abadessa produzem este estilo.
Eu particularmente, me empolgo muito em produzir esta cerveja, pois a história dela é fantástica e através da cerveja podemos contar isso a quem bebe. A Bamberg Altbier é uma cerveja sazonal, mas tentarei deixa-la em linha este ano, esta semana esta chegando no mercado a Bamberg Altbier 2011.
Abaixo segue a minha avaliação sensorial da cerveja.
Bamberg Altbier 2011
Visual: Cerveja vermelha, cristalina, com espuma consistente;
Aroma: O lúpulo aparece floral, cítrico e herbal, mas também percebemos o malte, com biscoito, caramelo, cereal e o fermento de forma sutil com o frutado, frutas vermelhas, pitanga;
Sabor: O primeiro gosto que vem é o amargo do lúpulo, quando o “doce” do malte e o frutado do fermento tentam equilibrar, aparece novamente o amargor do lúpulo finalizando seco;
Sensação na boca: Final seco, carbonatação média-baixa, leve adstringência, bem refrescante.
Comentário geral: Tentei reproduzir o máximo possível as Altbier de Dusseldorf, pra isso trouxemos uma cepa especial de fermento originária desta cidade, o malte vem da cidade de Bamberg e os 3 lúpulos da Bavária, a cerveja deve ser bebida entre 5ºC a 8ºC, ela harmoniza com pratos apimentados, por exemplo, culinária mexicana, indiana; pratos gordurosos, como feijoada, mas também churrasco, carnes em geral.
A Altbier 2011 será vendida em garrafa de 355mL, 600mL e chope, o preço é o mesmo da Rauch, Schwarz, Munchen, Helles e Weizen.