Entre os dias 23 e 26 de agosto tive a honra de participar
como jurado da International Beer Competition 2012, realizada em Tokyo pela
Japan Craft Beer Association.
O evento teve uma noite de harmonizações de vários pratos
com cervejas, no outro dia a avaliação das cervejas e por fim, um dia todo com
palestras. Tudo muito organizado e com o apadrinhamento do Brewers Association
dos Estados Unidos.
Alguns jurados e no centro Ryouji Oda, presidente da associação.
O julgamento aconteceu nos moldes do World Beer Cup, após a avaliação de cada jurado ocorria uma discussão na mesa do motivo que você deu a nota para a cerveja, normalmente as mesas misturavam-se japoneses e estrangeiros, este grupo composto de grandes nomes do mundo cervejeiro.
Não éramos obrigados a dar medalhas às cervejas, se dentro
de uma categoria não tivéssemos nenhuma cerveja com um padrão para levar
medalha, esta categoria não teria medalhistas.
Foram 248 cervejas de 18 países, uma competição ainda com números
pequenos, se compararmos com European Beer Star e World Beer Cup, mas uma
competição que cresce muito rápido, tanto em números quanto em qualidade e
credibilidade. A Bamberg competiu com quatro cervejas: Altbier, Bambergerator, Schwarzbier
e Rauchbier. Estamos na torcida, o resultado sai apenas no dia 16 de setembro.
Analisando o cenário cervejeiro no Japão vemos uma forte
explosão das cervejas artesanais, mas a surpresa é que há uma mistura dos
estilos, algumas cervejarias seguindo a nova geração americana e outras seguindo
os tradicionais países europeus, Alemanha e Inglaterra. Tomei excelentes
cervejas produzidas com frutas, especiarias e ervas; uma Rauchbier me chamou
muito a atenção, foi uma das melhores que já bebi fora da Francônia, as
cervejarias que se arriscam na escola alemã a maioria vem se saindo muito bem.
Nos estilos americanos segue a tendência das IPAs, com lúpulos frutados, como
nós no Brasil, eles também não compram lúpulos frescos e sofrem também com isso
no caso destes estilos.
Outro ponto forte da cerveja artesanal japonesa é quando
eles utilizam lúpulos da Oceania, conferem um outro perfil de aroma e chegam
mais frescos que os americanos. O ponto fraco, pra mim, foram as cervejas com
ter alcoólico acima de 6,0%, achei que tecnicamente eles podem melhorar muito.
Em Tóquio visitamos algumas cervejarias e alguns pubs, em um
deles, o Popeye, eles trabalham com 70 chope, pelo menos os que eu bebi estavam
em bom estado, isso graças a equipamentos e assessórios de extração de chope de
primeira linha utilizado por eles, uma coisa que não encontramos por aqui.
A Bamberg foi a única cervejaria da América Latina presente no evento, foi um orgulho muito grande ver a bandeira brasileira em todos os banners e painéis do evento, cada vez mais o Brasil vem ganhando espaço no mundo cervejeiro e não tenho dúvida que a Bamberg ajuda muito para mudarmos o estereótipo da nossa cerveja no exterior.
Gostaria de agradecer a Japan Craft Beer Association pelo
convite para participar deste fantástico evento e dizer que no Japão podemos
encontrar muitos pontos turísticos magníficos, mas o maior tesouro deste país
são as pessoas, um grande país é formado pelas pessoas que vivem nele e o Japão
é grande nisso.
Uma parte dos voluntários que nos ajudaram no evento.
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