segunda-feira, 28 de março de 2011

Campeonato Mundial de Sommelier de Cerveja



Estamos nos aproximando de um grande evento mundial cervejeiro, é o segundo Campeonato mundial de sommelier de cerveja, que acontecerá em Salzburg, Áustria, nos dias 8, 9 e 10 de abril.

Foram selecionados 50 sommelier de cerveja do mundo todo, inclusive do Brasil, a nossa seleção brasileira de sommelier de cerveja conta com:

Alexandre Bazzo, eu, jogo o saco de malte na tina de mostura da Bamberg.;

Cilene Saorin; Mestre cervejeira, sommelier de cerveja e muitas outras qualidades cervejeiras que não caberiam nesta apresentação;

Herbert Schumacher: proprietário da Abadessa, sommelier de cerveja;

Marcelo Moss: Cervejeiro, sommelier de cerveja, mestre em estilos de cerveja.

Washington Trigueiro: Cervejeiro, sommelier de cerveja.

Nós fomos selecionados por uma banca de especialistas que analisaram nossos currículo e nossas experiências no mundo cervejeiro.

Serão avaliados em teste escrito e teste prático de degustação, mostrando nossas habilidades quanto a harmonizações, cerveja e saúde, estilos de cerveja e tudo relacionado ao cotidiano do sommelier de cerveja.

Poderíamos dizer que apenas por estarmos representando nosso país na competição o Brasil cervejeiro já ganha com isso, mas nós estamos indo pra ganhar, estudamos, treinamos e estamos tão bem preparados quanto os outros competidores estão.

Portanto contamos com a torcida de todos vocês pra que um de nós brasileiros consiga uma boa colocação, ou quem sabe o titulo de campeão mundial.

Pra quem quiser escutar o audio do programa De Bamberg a Votorantim, onde falei sobre o assunto, esta abaixo:

segunda-feira, 14 de março de 2011

Altbier X Kölsch


A escola alemã cervejeira é conhecida por lagers, cervejas de baixa fermentação, porém, temos fantásticas Ale nesta escola, cervejas de alta fermentação bastante singulares, duas delas são Altbier e Kölsch.

Nas cidades de Dusseldorf e Colônia (Köln), no centro oeste da Alemanha, elas mantêm a tradição de fazer cervejas de alta fermentação, hoje, ambas são grandes cidades, mas a primeira a se destacar com a cerveja foi Colônia, a muitos séculos atrás, nesta época Dusseldorf pertencia a Colônia, mas ela foi ganhando força política e financeira e transformou-se em cidade. Ambas são banhadas pelo Rio Reno.

Piada que o pessoal de Dusseldorf faz.

Em Colônia a cerveja é de alta fermentação, leve, com uma lupulagem marcante mas não exagerada, fácil de beber e normalmente leva até 10% de malte de trigo na formulação, fazendo com que a espuma seja muito persistente, esta cerveja é a Kölsch, é uma palavra que designa o que é de Köln. Esta cerveja tem denominação de origem protegida e apenas os produtores que pertencem a cidade pode chamar sua cerveja de Kölsch.

A 50 km de distância temos a cidade de Dusseldorf, também banhada pelo Rio Reno, onde a cerveja é de alta fermentação, vermelha, com alta lupulagem, final seco, pode conter até 10% de malte de trigo na fórmula, mas isso não é comum, esta é a Altbier, que significa cerveja velha, no sentido de antiga, pois ela é fabricada no método antigo de alta fermentação.

Fora de Dusseldorf, mas ainda na região do Rio Reno, a Altbier muda um pouco, a lupulagem diminui e o malte aparece mais que as da cidade, por isso não tendo um final tão seco.

A Altbier quase desapareceu do mundo no passado recente, com febre das lagers claras seu consumo caiu muito e as cervejarias ficaram em situação difíceis, mas sorte nossa eles mantiveram esta tradição e hoje eles estão retomando aos pouco seu lugar de direito. Fora de Dusseldorf existem pouquíssimas microcervejarias espalhadas pelo mundo produzindo Altbier, aqui no Brasil apenas a Bamberg e a Abadessa produzem este estilo.

Eu particularmente, me empolgo muito em produzir esta cerveja, pois a história dela é fantástica e através da cerveja podemos contar isso a quem bebe. A Bamberg Altbier é uma cerveja sazonal, mas tentarei deixa-la em linha este ano, esta semana esta chegando no mercado a Bamberg Altbier 2011.

Abaixo segue a minha avaliação sensorial da cerveja.

Bamberg Altbier 2011

Visual: Cerveja vermelha, cristalina, com espuma consistente;

Aroma: O lúpulo aparece floral, cítrico e herbal, mas também percebemos o malte, com biscoito, caramelo, cereal e o fermento de forma sutil com o frutado, frutas vermelhas, pitanga;

Sabor: O primeiro gosto que vem é o amargo do lúpulo, quando o “doce” do malte e o frutado do fermento tentam equilibrar, aparece novamente o amargor do lúpulo finalizando seco;

Sensação na boca: Final seco, carbonatação média-baixa, leve adstringência, bem refrescante.

Comentário geral: Tentei reproduzir o máximo possível as Altbier de Dusseldorf, pra isso trouxemos uma cepa especial de fermento originária desta cidade, o malte vem da cidade de Bamberg e os 3 lúpulos da Bavária, a cerveja deve ser bebida entre 5ºC a 8ºC, ela harmoniza com pratos apimentados, por exemplo, culinária mexicana, indiana; pratos gordurosos, como feijoada, mas também churrasco, carnes em geral.

A Altbier 2011 será vendida em garrafa de 355mL, 600mL e chope, o preço é o mesmo da Rauch, Schwarz, Munchen, Helles e Weizen.


quarta-feira, 9 de março de 2011

A Itália e a Birra.


Alguns dias atrás tive na feira cervejeira da Itália, que acontece em Rimini. Podemos aprender algumas coisas com o mercado Italiano, atualmente eles têm por volta de 250 cervejarias, a maioria muito pequena, brewpubs, mas num mercado que consumia muito pouca cerveja e agora vem aumentando o volume anualmente. Outra vantagem deles é que exportam facilmente, seja pra zona do Euro ou pra outros continentes.

As cervejas artesanais começaram aparecer na Itália nos anos 80, mas apenas nos anos 90 é que elas começaram a se multiplicar, uma das razões foi que o governo italiano adequou a legislação para que estes pequenos produtores conseguissem sobreviver, bem diferente do Brasil, onde o governo adequa as leis pra que as microcervejarias não sobrevivam.

A qualidade das cervejas ainda podem melhorar muito, são poucas que estão num nível alto de qualidade, estas, despontão ganhando premiações e ganham mercado interno e externo. Mas não vejo isso como um ponto negativo, pois a grande maioria tem boa intenção e se erram é tentando a inovação, diferente de nosso mercado onde a maioria faz a cerveja clara, leve e de baixa fermentação, os italianos testam oxidação proposital, fazem cervejas com barris de carvalho, substituem o lúpulo por radichio, cerveja com manjericão, entre outras coisas, portanto, é uma questão de tempo, eles começarão a acertar e daí ninguém os segurará.

Sempre disse que o mercado italiano era parecido com o brasileiro, eu estava errado, tem poucas semelhanças com o Brasil, a principal é que ambos estão começando a fazer cervejas artesanais e ambos não são grandes consumidores da bebida, mas a maior diferença é que aqui estão querendo acabar com os pequenos produtores de cerveja e lá na Itália eles são incentivados a produzir cervejas boa.

Pra nossa surpresa encontrmaos nossas cervejas e de outras microcervejarias brasileiras no stand do Mondial de La Biere, bem legal, o Brasil representado na Italia.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Curso de cerveja caseira do Botto.

Esse é o Bottão, o de boné, não a loira do canto da foto, que não sei quem é e não tenho habilidade pra tirá-la da foto.

Numa parceria da Cervejaria Bamberg com o Botto bier, um dos precurssores da cerveja caseira no Brasil, realisará um curso com o intuito de ensinar o participante a fazer cerveja no fogão de casa com as panelas da sua cozinha.

Segundo o Botto, "tal qual o curso que dou no Rio, a ideia é fazer um curso voltado àqueles que desejam fabricar sua própria cerveja, que busquem qualidade, permitindo o desvencilhar da pouca variedade de estilos da bebida a nós imposta no Brasil".

Seguem abaixo melhores informações sobre o curso:

Data:16 de abril de 2011, sábado.

Horário: das 09 às 21 horas.

Local: R. Sebastião Benedito Reis, 582, Votorantim-SP, Cervejaria Bamberg.

Investimento: R$ 400,00. A data da reserva da vaga será a da confirmação do depósito. Incluído apostila, coffee break, almoço, lanche e degustação de cervejas da Bamberg, da Botto Bier e da cerveja de trigo de Weihenstephan, Alemanha, cervejaria mais antiga do mundo ainda em funcionamento, desde 1040, colaboradora do curso.

Programa:

- Parte teórica abrangendo breve histórico da cerveja, estilos, máterias primas e equipamentos (onde adquiri-los e como produzi-los), limpeza e sanitização, e processo cervejeiro.

- Parte prática onde os alunos elaborarão uma leva de cerveja, acompanhando o processo desde a moagem ideal dos grãos, passando pela parte quente do processo, brassagem ou cozimento dos maltes, filtragem, fervura, lupulagem, resfriamento e inoculação do fermento. Concomitantemente à parte prática, que dura cerca de 8 horas, degustaremos as cervejas.

Para inscrição e mais informações, entrar em contato pelo email leonardo@bottobier.com.br

Portanto, não perca esta oportunidade de aprender a fazer cerveja com um dos maiores nomes da cerveja caseira no Brasil, Leonardo Botto.