quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cerveja McDuff, caseiros de Sorocaba.

Através deste blog acabei descobrindo o pessoal da Cerveja McDuff, cervejeiros caseiros daqui de Sorocaba. Foi uma surpresa descobrir que tínhamos cervejeiros caseiros aqui na nossa cidade.
Neste último sábado tive a honra de degustar uma de suas levas, era uma cerveja Stout. Em minha opinião este estilo de cerveja é um pouco complicado, pois existem vários subestilos, segundo o BJCP:

13A. Dry Stout
13B. Sweet Stout.
13C. Oatmeal Stout
13D. Foreign Extra Stout
13E. American Stout
13F. Russian Imperial Stout

Quando fazemos a receita devemos levá-los em consideração e assim enquadrarmos nas características do subestilo desejado.

Na parte boa da visita deles, a degustação, claro, estavam presentes o Rodrigo, João Felipe, Marcus e Érika, todos da McDuff. Não vem ao caso uma análise técnica da cerveja deles, pois fizemos isto na hora da degustação, o que é mais importante é este movimento de cervejeiros caseiros que vem ocorrendo em várias cidades brasileiras, aqui em Sorocaba eles foram os primeiros a produzir de forma organizada, fazem parte da Acerva Paulista, onde podem trocar informações com outros caseiros e estão se aperfeiçoando a cada batelada. Fazer cerveja em casa é muito difícil e alguns off-flavors sempre estarão presentes em maior ou menor concentração, mas não tem coisa melhor do que beber a própria cerveja que produzimos.

Quem sabe este ano teremos um vencedor sorocabano no Concurso Nacional de Cervejas Caseiras, que acontecerá no Rio em outubro, pelo que eu pude degustar eles tem boa chance.

Para quem quiser mais informações sobre o assunto:

Blog do Botto
Blog da Cervejarte
Blog da Acerva Carioca

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Rbeirão Preto

Estive em Ribeirão Preto e tomei muito chope e ouvi um som bem legal, se alguém pensa que estou falando em música sertaneja e aquela choperia turística da cidade, é melhor você rever seus conceitos, eu quis dizer que fui ao Vila Dionísio e o som que toca lá é Rock and Roll e o chope claro que foi o Colorado no Cervejarium.

A 300km de Sorocaba, Ribeirão Preto é um exemplo do poder da industria sucroalcooleira, a cidade esbanja prosperidade, cresceu com qualidade de vida, conheço a região a uns 20 anos, e a cada vez que retorno ela esta melhor.

Quinta-feira a noite estive no Vila Dionísio, um dos melhores pubs em território nacional, 12 linhas de chope, 240 rótulos de cerveja, garçons treinados, porções diferenciadas e muita música boa, quem tocava lá era ninguém menos que Paul Di'Anno, o primeiro vocalista do Iron Maiden, casa lotada, como sempre.

No Vila, Bolinho de feijoada com schwarz.

Fizemos um beer tour na cidade, começando pela Cervejaria Colorado, Cervejarium, Mousse Cake, Biergarten, etc. Ribeirão esta tão avançada na cultura cervejeira quanto cidades como São Paulo, Rio, PoA, BH e Blumenal, muitos estabelecimentos vendendo cervejas artesanais, cursos de cerveja caseira, grupos de degustação. Além do Vila, vejo outros dois pilares da boa cerveja, o Cervejarium, bar da Colorado, como não podia de ser diferente, tem uma carta de cervejas excelente e o chope da cervejaria sempre fresco e bem servido e o Biergarten, empório de cervejas no Mercado Municipal, onde além dos produtos os proprietários, Gabriela e Marcelo estão totalmente envolvidos na divulgação da boa cerveja.

No Bier Garten com os amigos Marcelo e Gabriela (Proprietários do Empório).

Ainda quem predomina na cidade é a grande cervejaria que anos atrás tinha sua fábrica lá, mas é animador o avanço cervejeiro da cidade, não tenho dúvida que o principal fator para isto é o trabalho desenvolvido pela Colorado ao longo destes 15 anos, este é o objetivo das boas microcervejarias, além de vender seus produtos, difundir a cultura cervejeira, mas para isto temos que ter pessoas que realmente vivem e gostam de cerveja, como é o caso do Marcelo Carneiro. (Obs. as fotos do Cervejarium foram tiradas na câmara do Rodrigo e até agora nada, manda aí filho!!!!)

Parabéns a todos que vem fazendo o trabalho de formiguinha na divulgação da cultura cervejeira de Ribeirão Preto, quanto mais informação o nosso consumidor tiver, mais apto a escolher nossos produtos ele vai ser.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Algumas dicas do Randy Mosher


Vale a pena conferir este programa do Bytes and Beer, apresentado por José Virgilio Braghetto e Marcelo Carneiro, onde o Randy da algumas dicas de como degustar cerveja. Além disso tive a honra de ter nossa Rauch bier tomada por ele nesta aula cervejeira.


Randy Mosher é um especialista de cerveja, americano da cidade de Chicago, neste blog já escrevi sobre a visita dele a Bamberg, clique aqui pra ver.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Bock com Rabada, polenta e agrião

Aproveitando o clima frio e a Bock, resolvemos fazer uma harmonização, mais uma vez utilizando o fogão de lenha da casa dos meus pais, fizemos uma rabada com polenta e agrião, este último foi uma dica de um amigo que tem um blog que recomenda, não vou citar o nome dele, porque ele esta aparecendo mais no meu blog do que eu mesmo.


A harmonização foi perfeita, o prato possui força e complexidade, fazendo com que a cerveja harmonize por semelhança, a carne era o que mais se destacava no prato, pois o sabor dela era maior que o da polenta e do agrião, este que dava um final marcante, sendo assim a Bock entrava com a força do malte e o bom corpo dela, além do álcool pra quebrar a gordura, excelente.

E no final de tudo....


A Bock é uma cerveja sazonal, onde eu faço apenas um tanque dela por ano, neste ano foram feitas 2472 garrafas todas elas numeradas e em embalagem de presente individual.

domingo, 12 de julho de 2009

Bock: a cerveja de Einbeck

Tudo começou na cidade de Einbeck, no centro norte de Alemanha, cidade esta que foi admitida na Liga Hanseática por causa da qualidade de sua cerveja. Na época, o prefeito era cervejeiro e cervejaria era a principal atividade da cidade, tudo isto acontecia nos anos de 1300 e a cerveja ainda não se chamava Bock, mas já era exportada para Londres, Holanda, Dinamarca, Noruega, Suécia e Rússia; além de ser bebida em toda Alemanha, inclusive Munique.



Provavelmente a cerveja de Einbeck era de alta fermentação, encorpada e com bastante lúpulo, levava na fórmula um terço de trigo e dois terços de cevada e só era fabricada no inverno.

O sucesso de Einbeck durou aproximadamente três séculos. A cidade foi destruída duas vezes pelo fogo e algumas décadas depois ocorreu a Guerra dos Trinta Anos (1618~1648), que acabou com as atividades cervejeiras na cidade.

Enquanto isto em Munique a situação cervejeira não era boa, antes do séc. XVI as cervejas fabricadas na cidade eram de péssima qualidade, mas nos anos de 1500 começou um movimento com o intuito de melhorar a qualidade da cerveja, a lei mais famosa foi a Reinheitsgebot (1516), mas também tivemos outras medidas com este propósito. Em 1612 um mestre cervejeiro de Einbeck veio pra Munique e usou sua habilidade para fazer a cerveja, porém algumas mudanças da fórmula inicial foram necessárias, ele levou em consideração a água da cidade que possuía uma quantidade de sais minerais alta, com isso ele diminuiu a lupulagem, pois a água dura ressalta o amargor, além disso, a cerveja ficou mais escura e foi utilizado apenas malte de cevada, desde os anos de 1400 já se utilizava a baixa fermentação na Bavária, portanto o tipo de fermentação também mudou. A cerveja chamou-se Cerveja de Einbeck, que em Bávaro é Ainpoeckish Píer, que caiu no gosto da população e logo ouve uma contração da palavra para Poeck e depois se tornou Bock como conhecemos hoje.

Existem várias versões para o nome e a mais divertida é a de que um nobre de Brunswick que zombou da cerveja que ganhou do Duque Christoph da Bavária, então, foi desafiado por um furioso mestre cervejeiro Bávaro para uma batalha cervejeira. No dia da batalha o castelo da Bavária foi todo decorado e as moças da corte estavam presentes em grande número para testemunhar o evento. Então, a banda marcial parou de tocar e foi colocado um barril da cerveja de Brunswick e um da Bavária lado a lado, cada um contendo mais de dez litros. O nobre de Brunswick iria beber a cerveja da Bavária e o mestre cervejeiro a de Brunswick. Eles começaram bebendo e o nobre continuava zombando da força da cerveja de Munique, o mestre cervejeiro confiante na potencia de sua cerveja disse que no final do barril aquele que conseguisse ficar de pé apenas com uma perna seria o vencedor. Ao acabar os barris quando os dois se preparavam para se levantar em uma perna,uma jovem abriu um portão e um bode saiu correndo, o mestre cervejeiro ficou em uma perna, mas o nobre se confundiu com o bode, caiu e rolou pelo gramado, toda realeza riu muito enquanto o nobre de Brunswick aos berros reclamava que o que o tinha derrubado era o “Bock” (bode em alemão), o Duke Christoph aos risos disse pra ele “ o Bock que derrubou você foi a cerveja que eu fabriquei”.
Claro que esta versão é uma alegoria da rivalidade entre o Norte e o Sul da Alemanha.

BAMBERG BOCK


Aparência: Coloração marrom avermelhada com espuma consistente.
Aroma: Malte, biscoito, pão, ameixa, toffee.
Sabor: Doçura do malte, açúcar caramelizada, frutas secas, amargor no retro-gosto.
Sensação na boca: baixa carbonatação, encorpada.
Impressão geral: Uma cerveja onde as estrelas são os maltes utilizados, porém para quebrar esta doçura temos a presença do lúpulo no retro-gosto.
Na sua receita foram utilizados cinco variedades de maltes vindos da cidade de Bamberg, dois tipos de lúpulos vindos da Bavária e o fermento veio de Munique.

Temperatura ideal para servir 8 a 10ºC.
Harmoniza com pratos complexos, pesados, gordurosos, apimentados.

Já esta disponível para venda em embalagens individuais.

domingo, 5 de julho de 2009

Bock no Aconchego Carioca

Nesta quinta-feira (02/07) abrimos nosso primeiro barril da Bamberg Bock 2009, o local não poderia ser melhor, o Aconchego Carioca no Rio. Devemos lembrar que a Bock é uma cerveja de inverno, porém, esta estação é relativo ao local onde geográfico, neste caso, no Rio, a noite de inverno estava com 20ºC, mas todo mundo estava com frio. Porém, a temperatura era o que menos importava, a noite foi fantástica.

Foram harmonizados:
Bamberg Pilsen com mix de croquetes;
Bamberg Weizen com moqueca de camarão;
Bamberg Bock com bolinho de feijoada;
Bamberg Schwarz com tiramissú.

Quando escrevemos sobre os pratos é difícil passar o que são, os petiscos do Aconchego são fantásticos, eles trazem inovação, delicadeza, mistura de sabores, uma nova cara a tradicionais petiscos da culinária brasileira, é difícil encontrarmos algo parecido.

Quem organizou todo o evento foram o Botto, a Tati, a Kátia, a Rosa e toda a equipe de garçons e cozinha do Aconchego, foi uma noite perfeita, obrigado a todos.


No dia seguinte aproveitamos para passear no Rio e sem forças para sair à noite resolvemos ficar na casa do Botto e daí tivemos uma despedida de primeira. Como a casa dele fica a 217 passos do Aconchego Carioca e a 242 passos do Bar do Paulete, pegamos uma porção de bolinho de feijão branco com rabada e duas de croqueletes do Paulete, para beber nada menos que a Hop Wine do Maurinho, com 12% de álcool, 150 IBU, uma das melhores cervejas que já bebi, claro que não ficamos nós três homens trancados no apartamento, todas as esposas estavam presentes.

Sobre a Bock vou escrever um post exclusivo dela esta semana.