terça-feira, 29 de setembro de 2009

Reinheitsgebot

A Reinheitsgebot, ou simplesmente Lei de Pureza da Baviera, foi criada em 23 de abril de 1516 na cidade de Ingolstadt, pelo Duque Guilherme IV da Bavária.

O texto inicial dizia que a cerveja só poderia ser feita com água, cevada e lúpulo, na época não se conhecia a existência do fermento, apenas no séc. XIX foi que Louis Pasteur conseguiu observar microorganismos e então adicionou-se a lei a levedura.

Além dos ingredientes ela sugere o preço a ser vendida 1a 2 Pfennif (antiga moeda Alemã) por Mass (equivalente a um litro). É a lei de proteção ao consumidor mais antiga do mundo ainda em vigor.

Vale lembrar que antes da lei entrar em vigor a Bavária não tinha tradição em produzir boas cervejas, quem dominava a técnica era a região de Einbeck, no norte, porém, a lei forçou os Bávaros a trabalharem apenas com quatro ingredientes e com isso eles foram aprimorando a técnica e criando universidades e centros de pesquisas voltados para a cerveja, chegando até os dias atuais no povo que mais domina a técnica cervejeira no mundo.

Há quem diga que ela impede a criatividade, outros acham que ajuda, pois fazer tantas variedades de cervejas com apenas quatro ingredientes o cervejeiro tem que ser criativo, fala-se também na incoerência dela, por exemplo, pode-se utilizar PVPP, mas não é permitido utilizar ácidos pra regular o pH do mosto, por outro lado, eles alegam que tudo o que for colocado no processo de fabricação deve-se sair do produto antes de chegar ao consumidor.

Particularmente eu acho a Lei de Pureza excelente, sigo-a na integra aqui na Bamberg, acho que quem faz cerveja alemã e pilsen se seguir esta começando bem, mas para as belgas e inglesas não é necessário e algumas vezes pode até prejudicar o estilo.

É bom que fique claro que os ingredientes são apenas o inicio do processo, portanto, quem diz que a segue não necessariamente terá um produto final de excelente qualidade.

Acho que todo mundo concorda que no mínimo, ela evita os exageros no uso de adjuntos e produtos químicos, não vemos na Alemanha o fermentado de high maltose pronto em sete dias como vemos em outras partes do mundo.

Esse é o cara.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Festas do chope: Monteiro Lobato e Lar da Mônica

Chegou outubro e começa a temporada de festas do chope, este ano mais uma vez, quarto ano consecutivo, estaremos servindo chope na 11ª Oktoberfest do Lar Escola Monteiro Lobato, em Sorocaba, e na 6ª Noite Alemã do Lar da Mônica, em Piedade, além de serem as maiores e mais tradicionais festas em suas cidades, todo mundo que comprar o convite estará ajudando entidades que cuidam de muitas pessoas, ambas as festas serão no dia 17/10.

Os ingressos podem ser adquiridos pelos sites:

www.lardamonica.org.br/festaalema
http://www.monteirolobato.org.br/index

Gostaria de lembrar a todos que teremos muito chope em ambas as festas, portanto vão com espírito de diversão e de forma alguma vá com o seu carro, pois todos sabem do risco em beber e dirigir.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Receita

Quantas vezes ao ler o blog do Edu Passarelli, nós tentamos reproduzir as receitas de seus pratos?


Porém, muitas vezes, mesmo com a receita e o modo de fazer, o resultado final nem passa perto do que foi o original.

Com cervejas não podia ser diferente, na internet é comum encontrarmos diversas receitas, algumas tentando clonar mitos cervejeiros, temos até livros só com receitas de cervejas, cervejeiros caseiros tem o hábito de publicarem suas receitas (o que eu acho muito legal), no blog do Botto achamos raridades cervejeiras, como a Thor, por exemplo, pra quem quiser aventurar-se em copiá-la.


Mas a receita decide o jogo? O que é interessante, copiar uma receita ou ter o prazer de fazer e beber a sua receita?

Quem tem uma pequena noção na arte de fazer o pão líquido já é capaz de notar que é impossível clonar cerveja, a receita é apenas o começo de tudo, nós precisamos saber escolher as matérias-primas, manusear a sala de brassagem, ter bons procedimentos de higiene e o que é mais difícil de controlar são os sensores da microcervejaria, isto é, os olhos, boca, nariz e ouvido do cervejeiro.

Além do mais, quem decide por ter uma microcervejaria e fazer cerveja o mínimo que esperamos são novidades, criatividade e personalidade nos produtos oferecidos, que graça tem copiar uma receita de outra cervejaria?

Vamos tentar cada vez mais trazer cervejas diferentes para os brasileiros, o máximo de estilos possíveis, seja resgatando a tradição, através dos clássicos, ou buscando a inovação utilizando novos ingredientes.
Com uma boa receita você tem chance de fazer uma boa cerveja, mas com uma receita ruim é impossível de fazer uma boa cerveja.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Chope Rauch no Kebabel

Fico muito contente em anunciar nosso primeiro ponto a vender chope Rauch, não poderia ser diferente, um lugar ousado e único, melhor ainda, onde o pessoal de lá, Pedro, Carol, Izabel, são nossos amigos.

Kebabel surgiu da tendência que se espalha, dos kebabs; lanches práticos, rápidos, saudáveis e, é claro, muito saboroso. O Kebabel mistura um pouco de bar com o kebab de rua e esta é especial, Rua Augusta, daí surgiu o trocadilho com Babel, pois a rua Augusta reúne muitas tribos diferentes, todo tipo de gente convive em harmonia.

Porção de Falafel
Todas as receitas são desenvolvidas por um chef libanês e todos os pratos são bastante temperados.

Como não bastassem os pratos eles vêm investindo muito na carta de cervejas, já podem ser considerados mais um dos bares e restaurantes que fazem parte do circuito paulistano das boas cervejas.

Além do chope Rauch, outra inovação deles é o Bamberg Pilsen sem filtrar, dois estilos de chopes que ou você toma no Kebabel ou vem buscar aqui na cervejaria em Votorantim.

Portanto, este final de semana visite o Kebabel que você não vai se arrepender, tanto pelas comidas como pelo chope, detalhe, chegue cedo porque lá lota.



quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É tempo de Weizenbier



Entramos no mês de setembro e o clima já parece com o verão, céu aberto e muito calor, não vejo melhor época do que esta para beber weizenbier, só ela pra nos refrescar no final do dia, ou se você preferir o dia todo.

Desde o começo da história da cerveja os povos utilizam o trigo, além da cevada, claro, para fazer cerveja, porém logo este cereal foi destinado a produção de pães e a cevada para a da bebida.
Muitos anos atrás, na Bavária, apenas os nobres tinham o direito de usar o trigo para fazer cerveja, mas como o grande consumo da bebida era pela população “comum” e eles consumiam a cerveja de cevada, a weizenbier tinha pouca expressão, estava quase sumindo do mapa.

Em 1872 George I Schneider teve o direito de produzir cerveja de trigo, ele foi o primeiro não nobre a ter este direito, no começo sua fábrica era em Munich e atualmente, após 8 gerações a produção esta na pequena cidade de Kelheim.

Depois da liberação do direito em produzir weizen bier a venda da cerveja só aumentou, hoje ela é o segundo estilo de cerveja mais bebido na Bavária, e certamente, um dos mais bebidos no mundo todo.

Em alguns rótulos vemos o nome Weiss, que significa claro em alemão, isto porque na época as cervejas fabricadas com cevada eram marrons, devido a fatores tecnológicos do processo de malteação e à água de Munich, já a cerveja de trigo era mais clara que a de cevada, por isso desta nomenclatura, outro nome também encontrado é o Weizen, que significa trigo em alemão, ambos os nomes são utilizados na Alemanha.

A Weizen bier fabricada na Bavária possui características inconfundíveis, aromas e sabores de banana e cravo, provenientes da cepa adequada de fermento, além do cítrico no retro-gosto, também possuem alta carbonatação, normalmente são refermentadas na garrafa e por isso não são pasteurizadas.
Para a Bamberg sempre foi fundamental manter estas características tradicionais da cerveja de trigo, para isto, nosso malte vem da cidade de Bamberg, nosso lúpulo da região da Bavária e nosso fermento foi especialmente selecionado de uma pequena cervejaria alemã e chega em Votorantim de avião, refrigerado e em 3 dias, tudo isto para que tenhamos os aromas, sabores e a refrescância da Bamberg Weizen iguais aos das cervejas bávaras, tudo isto da muito trabalho e é caro, mas vale a pena.


Wesswurst e Brezel


Harmoniza com pratos leves, saladas, peixes, frutos do mar, culinária japoneza, porém culturalmente esta cerveja é consumida na Bavária com a salsicha branca (weisswurst) e Pretzel (Brezel), algumas vezes por volta das 9:00h da manhã.

Temperatura ideal de consumo entre 4ºC e 6ºC.

Vamos ao que interessa, onde você pode beber o chope Bamberg Weizen?
Todos estão dentro da cidade de São Paulo, e pra quem gosta de cerveja já são velhos conhecidos.

Empório Alto dos Pinheiros: http://www.altodospinheiros.com.br/