domingo, 12 de julho de 2009

Bock: a cerveja de Einbeck

Tudo começou na cidade de Einbeck, no centro norte de Alemanha, cidade esta que foi admitida na Liga Hanseática por causa da qualidade de sua cerveja. Na época, o prefeito era cervejeiro e cervejaria era a principal atividade da cidade, tudo isto acontecia nos anos de 1300 e a cerveja ainda não se chamava Bock, mas já era exportada para Londres, Holanda, Dinamarca, Noruega, Suécia e Rússia; além de ser bebida em toda Alemanha, inclusive Munique.



Provavelmente a cerveja de Einbeck era de alta fermentação, encorpada e com bastante lúpulo, levava na fórmula um terço de trigo e dois terços de cevada e só era fabricada no inverno.

O sucesso de Einbeck durou aproximadamente três séculos. A cidade foi destruída duas vezes pelo fogo e algumas décadas depois ocorreu a Guerra dos Trinta Anos (1618~1648), que acabou com as atividades cervejeiras na cidade.

Enquanto isto em Munique a situação cervejeira não era boa, antes do séc. XVI as cervejas fabricadas na cidade eram de péssima qualidade, mas nos anos de 1500 começou um movimento com o intuito de melhorar a qualidade da cerveja, a lei mais famosa foi a Reinheitsgebot (1516), mas também tivemos outras medidas com este propósito. Em 1612 um mestre cervejeiro de Einbeck veio pra Munique e usou sua habilidade para fazer a cerveja, porém algumas mudanças da fórmula inicial foram necessárias, ele levou em consideração a água da cidade que possuía uma quantidade de sais minerais alta, com isso ele diminuiu a lupulagem, pois a água dura ressalta o amargor, além disso, a cerveja ficou mais escura e foi utilizado apenas malte de cevada, desde os anos de 1400 já se utilizava a baixa fermentação na Bavária, portanto o tipo de fermentação também mudou. A cerveja chamou-se Cerveja de Einbeck, que em Bávaro é Ainpoeckish Píer, que caiu no gosto da população e logo ouve uma contração da palavra para Poeck e depois se tornou Bock como conhecemos hoje.

Existem várias versões para o nome e a mais divertida é a de que um nobre de Brunswick que zombou da cerveja que ganhou do Duque Christoph da Bavária, então, foi desafiado por um furioso mestre cervejeiro Bávaro para uma batalha cervejeira. No dia da batalha o castelo da Bavária foi todo decorado e as moças da corte estavam presentes em grande número para testemunhar o evento. Então, a banda marcial parou de tocar e foi colocado um barril da cerveja de Brunswick e um da Bavária lado a lado, cada um contendo mais de dez litros. O nobre de Brunswick iria beber a cerveja da Bavária e o mestre cervejeiro a de Brunswick. Eles começaram bebendo e o nobre continuava zombando da força da cerveja de Munique, o mestre cervejeiro confiante na potencia de sua cerveja disse que no final do barril aquele que conseguisse ficar de pé apenas com uma perna seria o vencedor. Ao acabar os barris quando os dois se preparavam para se levantar em uma perna,uma jovem abriu um portão e um bode saiu correndo, o mestre cervejeiro ficou em uma perna, mas o nobre se confundiu com o bode, caiu e rolou pelo gramado, toda realeza riu muito enquanto o nobre de Brunswick aos berros reclamava que o que o tinha derrubado era o “Bock” (bode em alemão), o Duke Christoph aos risos disse pra ele “ o Bock que derrubou você foi a cerveja que eu fabriquei”.
Claro que esta versão é uma alegoria da rivalidade entre o Norte e o Sul da Alemanha.

BAMBERG BOCK


Aparência: Coloração marrom avermelhada com espuma consistente.
Aroma: Malte, biscoito, pão, ameixa, toffee.
Sabor: Doçura do malte, açúcar caramelizada, frutas secas, amargor no retro-gosto.
Sensação na boca: baixa carbonatação, encorpada.
Impressão geral: Uma cerveja onde as estrelas são os maltes utilizados, porém para quebrar esta doçura temos a presença do lúpulo no retro-gosto.
Na sua receita foram utilizados cinco variedades de maltes vindos da cidade de Bamberg, dois tipos de lúpulos vindos da Bavária e o fermento veio de Munique.

Temperatura ideal para servir 8 a 10ºC.
Harmoniza com pratos complexos, pesados, gordurosos, apimentados.

Já esta disponível para venda em embalagens individuais.

3 comentários:

Rodrigo Brasil disse...

Muito legal a história.. além de mestre cervejeiro está virando historiador hein?

Preciso experimentar essa bock!

Abraço

Rodrigo Brasil

Alexandre Bazzo disse...

Rodrigo

O legal dos estilos de cerveja é que eles possuem uma história bonita por traz deles, e são estas histórias que devemos levar em consideração antes de fazer a receita, elas dão alma a cerveja.

Abraço

Alexandre

Alexandre Bazzo disse...

Rodrigo

O legal dos estilos de cerveja é que eles possuem uma história bonita por traz deles, e são estas histórias que devemos levar em consideração antes de fazer a receita, elas dão alma a cerveja.

Abraço

Alexandre