Minhas ferramentas de trabalho, crachá, instruções e fichas de avaliação.
Uma das coisas que nós cervejeiros brasileiros nos perguntávamos
em momentos de descontração no World Beer Cup era, será que um dia chegaremos
neste nível?
Aconteceu do dia 30/4 a 6/5 o World Bee Cup 2012, em San Diego, EUA, foram 3921 cervejas de 54 países avaliadas por 211 jurados,
junto com a copa do mundo da cerveja, tinha o Craft Brewer Conference,
palestras e mini cursos, e uma feira de equipamentos, insumos e matérias-primas
para pequenas cervejarias. Café da manhã e almoço oferecido aos 4500 visitantes
diário do evento e o mais incrível, tudo funcionando, organizado, sem dúvida, o
maior evento cervejeiro do mundo.
O nível de organização que o Brewers Association atingiu
reflete na velocidade que a cerveja artesanal cresce nos EUA, dados previstos,
previsão para 2017, crescimento concretizado, todas as cervejarias que
conversamos diz estar no limite da produção e ampliando. Pois bem, vale lembrar
que este trabalho começou a 30 anos atrás, se hoje vemos cervejeiros pop star,
cervejarias ganhando dinheiro, etc. alguém teve que fazer um trabalho mais
pesado e anônimo no começo.
Palestra de abertura do CBC, salão enorme, não dava pra ler a apresentação de tão longe.
Quanto ao World Beer Cup, a delegação brasileira de jurados
foi: Alexandre Bazzo, Paulo Schiavetto, Katia Zanatta, Alfredo Ferreira, Amanda
Reitenbach, Cilene Saorin e Andrea Calmon. É um show de organização, uma equipe
de voluntários muito grande e boa que nos deixavam apenas com o compromisso de
julgar as amostras. Foram 45 cervejas brasileiras inscritas, infelizmente
nenhuma delas conseguiu medalha, os EUA foi o país que mais ganhou medalhas
este ano, foram 2651 cervejas inscritas e ganharam 208 medalhas, acho este
desempenho americano normal, pois além de terem inscrito muitas cervejas na competição,
ainda tem o fator distância, a cerveja deles foram as que menos viajaram para
chegar até na competição, fator este fundamental na hora de julgar.
O World Beer Cup, junto com o European Beer Star são as
competições mais difíceis de ganhar medalhas, não acho que o fato de nenhuma
cervejaria brasileira não ter ganho ser um fato preocupante para a cerveja
nacional, acho que as cervejarias que se inscreveram tem histórico de qualidade
e mais ainda, em menos de 6 meses atrás, no European Beer Star 2011 tivemos 2
medalhistas, sendo a Bamberg uma delas. Competições são assim mesmo, não podemos
ganhar sempre, o importante é buscar sempre a melhoria do processo e da
cerveja.
O Brasil esta no caminho certo, numa velocidade menor que
muitos outros países, mas temos que levar em conta a alta taxa de impostos no
produto final (60%), ainda temos a dificuldade em importar equipamentos de
ponta, pois os impostos são altos também para a importação e ainda pagamos os
preços mais caros de matérias-primas no mundo, se isso mudar, um dia chegaremos
num patamar parecido com o dos EUA, pois essa é a base para começar a fazer
cerveja boa.
Gostaria de agradecer aos meus parceiros que deixaram a
viajem mais divertida na hora que tínhamos livre para isso, foi excelente dividir
passeios e carro com eles.
Em 2014 o World Beer Cup será em Denver e já comecei hoje a
trabalhar nesta medalha.
Paulo, Eu, Alberto e Katia, esse era o Tijuana Team.
2 comentários:
Que legal isso Alexandre. Eu também acho super legal de ver como a nossa evolução em competições e eventos desse porte vai evoluindo e se assemelhando a evolução de 30 anos deles. Espero que a nossa evolução seja mais vertiginosa ainda, já que demoramos muito pra começar...
Phil, realmente estamos evoluindo, acredito tb que será mais rapida que a deles, pois eles abriram o caminho pra outros países, mas tem muitos outros países evoluindo mais rápido que nós. Abraço.
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