quarta-feira, 9 de maio de 2012

World Beer Cup 2012

Minhas ferramentas de trabalho, crachá, instruções e fichas de avaliação.

Uma das coisas que nós cervejeiros brasileiros nos perguntávamos em momentos de descontração no World Beer Cup era, será que um dia chegaremos neste nível?
Aconteceu do dia 30/4 a 6/5 o World Bee Cup 2012, em San Diego, EUA, foram 3921 cervejas de 54 países avaliadas por 211 jurados, junto com a copa do mundo da cerveja, tinha o Craft Brewer Conference, palestras e mini cursos, e uma feira de equipamentos, insumos e matérias-primas para pequenas cervejarias. Café da manhã e almoço oferecido aos 4500 visitantes diário do evento e o mais incrível, tudo funcionando, organizado, sem dúvida, o maior evento cervejeiro do mundo.

O nível de organização que o Brewers Association atingiu reflete na velocidade que a cerveja artesanal cresce nos EUA, dados previstos, previsão para 2017, crescimento concretizado, todas as cervejarias que conversamos diz estar no limite da produção e ampliando. Pois bem, vale lembrar que este trabalho começou a 30 anos atrás, se hoje vemos cervejeiros pop star, cervejarias ganhando dinheiro, etc. alguém teve que fazer um trabalho mais pesado e anônimo no começo.

Palestra de abertura do CBC, salão enorme, não dava pra ler a apresentação de tão longe.

Quanto ao World Beer Cup, a delegação brasileira de jurados foi: Alexandre Bazzo, Paulo Schiavetto, Katia Zanatta, Alfredo Ferreira, Amanda Reitenbach, Cilene Saorin e Andrea Calmon. É um show de organização, uma equipe de voluntários muito grande e boa que nos deixavam apenas com o compromisso de julgar as amostras. Foram 45 cervejas brasileiras inscritas, infelizmente nenhuma delas conseguiu medalha, os EUA foi o país que mais ganhou medalhas este ano, foram 2651 cervejas inscritas e ganharam 208 medalhas, acho este desempenho americano normal, pois além de terem inscrito muitas cervejas na competição, ainda tem o fator distância, a cerveja deles foram as que menos viajaram para chegar até na competição, fator este fundamental na hora de julgar.
O World Beer Cup, junto com o European Beer Star são as competições mais difíceis de ganhar medalhas, não acho que o fato de nenhuma cervejaria brasileira não ter ganho ser um fato preocupante para a cerveja nacional, acho que as cervejarias que se inscreveram tem histórico de qualidade e mais ainda, em menos de 6 meses atrás,  no European Beer Star 2011 tivemos 2 medalhistas, sendo a Bamberg uma delas. Competições são assim mesmo, não podemos ganhar sempre, o importante é buscar sempre a melhoria do processo e da cerveja.

O Brasil esta no caminho certo, numa velocidade menor que muitos outros países, mas temos que levar em conta a alta taxa de impostos no produto final (60%), ainda temos a dificuldade em importar equipamentos de ponta, pois os impostos são altos também para a importação e ainda pagamos os preços mais caros de matérias-primas no mundo, se isso mudar, um dia chegaremos num patamar parecido com o dos EUA, pois essa é a base para começar a fazer cerveja boa.
Gostaria de agradecer aos meus parceiros que deixaram a viajem mais divertida na hora que tínhamos livre para isso, foi excelente dividir passeios e carro com eles.

Em 2014 o World Beer Cup será em Denver e já comecei hoje a trabalhar nesta medalha.

Paulo, Eu, Alberto e Katia, esse era o Tijuana Team.

2 comentários:

Phil disse...

Que legal isso Alexandre. Eu também acho super legal de ver como a nossa evolução em competições e eventos desse porte vai evoluindo e se assemelhando a evolução de 30 anos deles. Espero que a nossa evolução seja mais vertiginosa ainda, já que demoramos muito pra começar...

Alexandre Bazzo disse...

Phil, realmente estamos evoluindo, acredito tb que será mais rapida que a deles, pois eles abriram o caminho pra outros países, mas tem muitos outros países evoluindo mais rápido que nós. Abraço.